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Moscas volantes

publicado em 12 Mar. 2018

Moscas volantes é o nome que se dá à perceção que o nosso cérebro tem de pequenas opacificações que podem eventualmente existir dentro do vítreo.

 

O vítreo é uma substância gelatinosa que ocupa 80% do volume total do olho, e é formado fundamentalmente por 90% de água, colagénio e ácido hialurónico. Tem de ser perfeitamente transparente para não interferir na visão.

 

Quando existem restos de sangue, pigmentos ou agregados de células no gel vítreo, podemos percebê-los como moscas volantes; estas são melhor percebidas quando se olha para um fundo branco e, parecem mover-se com os movimentos oculares.

 

São provocadas principalmente pela liquefação e colapso do vítreo que ocorre devido a fatores como: a idade (mais de 50 anos), miopia, traumatismo, cirurgias oculares, entre outros. Este descolamento do vítreo pode dar-se sem qualquer tipo de sintomatologia ou, noutros casos, pode aparecer sob a forma de pequenos pontos, linhas, várias linhas cruzadas, descritas pelos doentes como visões de moscas, mosquitos, teias de aranha ou aranhões.

 

Por vezes, por haver uma adesão maior entre o vítreo e a retina, o vítreo poderá ter mais dificuldade em soltar-se, dando pequenos puxões que são percebidos como faíscas luminosas ou relâmpagos. Estas trações podem eventualmente rasgar a retina dando origem a uma lesão retiniana, que se não for tratada provoca um descolamento de retina, situação de grande urgência oftalmológica uma vez que pode provocar cegueira.

 

Os jovens, podem referir moscas volantes normalmente devido a traumatismo. Há quem refira também como causa os jogos de vídeo, os computadores, e até, a televisão, mas nada está provado.

 

O diagnóstico é feito pela observação do fundo ocular, pelo OCT, ou pela ecografia ocular.
As moscas volantes, apesar do seu incómodo, não necessitam geralmente de tratamento e, normalmente, melhoram ao fim de alguns meses. No entanto, quando se tornam um problema e interferem significativamente na visão pode estar indicada a cirurgia de vitrectomia, em que o gel vítreo é substituído, e as “moscas volantes” são retiradas.

 

Há quem proponha laser para o tratamento das moscas volantes numa tentativa de as separar em pedaços mais pequenos e menos percetíveis, mas os riscos são grandes e os doentes não referem grande benefício.

 

Existem igualmente medicamentos indicados para a reabsorção das moscas volantes mas, cientificamente, não há qualquer prova da sua eficácia.

 

Devido às consequências que podem acarretar, as moscas volantes devem ser de imediato referenciadas para um oftalmologista, pois 15% delas estão associadas a lesões retinianas predisponentes a descolamento de retina. Esta patologia deve ser tratada o mais breve possível com vista a diminuir o risco das suas complicações.

 

O Trofa Saúde Hospital dispõe de uma equipa de profissionais altamente especializada na patologia das moscas volantes. Para um melhor acompanhamento e tratamento, marque a sua consulta e tire as suas dúvidas com os nossos especialistas.