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Joelho: a instabilidade patelofemoral – O que é? Como tratar?

publicado em 07 Fev. 2018

A articulação patelofemoral é uma articulação com baixo grau de congruência e por isso suscetível à instabilidade e desalinhamento.

 

Os fatores responsáveis pela estabilidade do joelho têm importância diferente se o joelho está em flexão ou perto da extensão, sendo que em flexão a estabilidade é garantida sobretudo pela arquitetura óssea e em extensão pelos músculos e ligamentos. Um desequilíbrio entre estes diferentes estabilizadores resulta em instabilidade.

 

A origem da instabilidade patelofemoral é multifatorial e complexa, resultando da associação de vários fatores, alguns deles congénitos. Na instabilidade patelar objetiva verifica-se o desvio parcial permanente da rótula e episódios efetivos de luxação da mesma.

 

Os sintomas estão relacionados com o desvio e são de dor anterior do joelho que se agrava com os declives (escadas, rampas), posições prolongadas com o joelho fletido, estalido e derrame, e relacionados com o episódio de luxação onde há um agravamento intenso da dor, instabilidade (falhanço do joelho) e impotência funcional total.

 

O tratamento do joelho deve ser atempado porque para além da limitação funcional que provoca, há o risco de fratura grave da superfície articular da rótula em cada episódio de luxação.

 

É diferente tratar uma instabilidade crónica ou aguda, e em agudo também é diferente se estamos a tratar um 1º episódio de luxação ou se já houve episódios prévios (recorrente).

 

Em agudo e após um 1º episódio de luxação o tratamento deve ser conservador com imobilização inicial e depois reabilitação. Poderá haver exceções, nomeadamente se há uma fratura articular e por ser uma lesão grave deverá ser descartada, eventualmente em atletas e perante o falhanço precoce do tratamento conservador. Apesar de ser em agudo, se houve episódios de luxação prévia, o doente deve ser orientado para tratamento cirúrgico do joelho porque o risco de recidiva (risco de reaparecimento) é demasiado elevado.

 

Em crónico o tratamento do joelho deve ser cirúrgico e individualizado.

 

É necessário resolver o problema da instabilidade, mas também os fatores de alinhamento rotuliano que estão alterados e que atuam como fatores de risco de instabilidade. Esses fatores de desalinhamento devem ser corrigidos, podendo ser necessário corrigir a forma distal do fémur se estiver gravemente alterada através de uma trocleoplastia (técnica que permite recrear a estabilidade biomecânica femuro-patelar), corrigir a posição da inserção tibial do tendão rotuliano para medial e/ou distal se estiver alterada, libertação/alongamento da asa lateral da rótula, sendo ainda por vezes necessário atuar a nível da anca se houver alterações rotacionais do membro inferior.

 

A resolução deste problema do joelho passa obrigatoriamente pela reconstrução ligamentar do principal estabilizador medial da rótula que é o ligamento patelofemoral medial, através da colocação de um enxerto tendinoso fixo no fémur e rótula.

 

Em algumas situações, sobretudo em doentes com imaturidade esquelética, e perante a impossibilidade de atuar em todos os fatores de alinhamento pelo risco de interferir com o crescimento, há a necessidade de tratar o joelho efetuando a reconstrução de um 2º ligamento que é o ligamento patelotibial medial.

 

Quando tratada esta patologia do joelho atempadamente os resultados quer na resolução do desalinhamento quer da instabilidade são excelentes.

 

A equipa de Ortopedia do Trofa Saúde Hospital é constituída por um conjunto de médicos especializados em joelho que tem ao seu dispor equipamentos de últimas de geração para um melhor diagnóstico e tratamento das patologias do joelho.

 

 

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