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Cirurgia Endoscópica da Coluna: uma nova realidade

publicado em 03 Abr. 2022

A cirurgia endoscópica da coluna vertebral, embora descrita pela primeira vez no início dos anos 70 por Parvis Kambin, só nos finais dos anos 90 do século passado, e início deste século, é que teve um grande desenvolvimento, devido essencialmente ao avanço tecnológico dos materiais, que por sua vez proporcionaram a execução de técnicas cirúrgicas mais avançadas.

 

Tal como por exemplo a cirurgia ortopédica de outras articulações como o joelho, anca, ombro, tornozelo, cotovelo e punho, hoje em dia são muitas vezes efetuadas por artroscopia (com recurso a uma ótica ligada a uma câmara, introduzida através de uns pequenos orifícios na pele), a cirurgia da coluna também já se pode efetuar por este método, utilizando um endoscópio que tem uma ótica que nos permite não só visualizar a coluna através de um orifício na pele, como também oferece um canal de trabalho e um sistema de irrigação, para melhor executarmos a técnica.

 

Embora a curva de aprendizagem seja relativamente longa, os benefícios que estas técnicas trazem para o doente são inquestionáveis, devido à pouca agressão cirúrgica, que nalguns casos mais simples, tornam exequível a sua execução com anestesia local, proporcionando a alta do doente passado poucas horas.

 

À medida que os materiais vão evoluindo e à medida que o cirurgião se vai aperfeiçoando e familiarizando com a técnica, é possível alargar as indicações cirúrgicas, desde operar hérnias discais na coluna lombar, torácica e cervical, até às descompressões do canal vertebral e colocação de parafusos na coluna por este método.

 

Obviamente, ainda continuam a existir algumas patologias da coluna, que só a cirurgia convencional aberta ou outro tipo de cirurgia minimamente invasiva, conseguem resolver, no entanto é sempre importante podermos dispor de uma ferramenta como a cirurgia endoscópica para os nossos doentes, sobretudo nos casos em que a sua indicação é a ideal e a mais correta.

 

O objetivo é sempre o mesmo, ou seja, obter pelo menos os mesmos resultados duma cirurgia aberta convencional, mas com a mínima agressão possível e morbilidade para o doente, tempo de internamento mais curto e regresso mais precoce à vida normal.

 

Para isso, devemos continuar o caminho efetuado até aqui, sempre suportado pela literatura e pelos vários cursos de atualização que existem, no sentido da melhoria constante da nossa performance e bem-estar do doente.