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O papel da nutrição na Síndrome dos Ovários Poliquísticos

publicado em 17 Mar. 2020
A Síndrome dos Ovários Poliquísticos (SOP) é, infelizmente, uma condição mal-entendida, desvalorizada e muitas vezes mal diagnosticada. Saiba mais sobre esta condição clínica (e os seus sintomas) e como a alimentação pode ajudar na sua terapêutica

O que é?

A SOP é uma das doenças endócrinas mais comum em todo o mundo, sendo uma das causas mais frequentes de infertilidade. Trata-se de um distúrbio que geralmente se inicia na puberdade, e é progressivo, causando um desequilíbrio hormonal que interfere no processo normal da ovulação e/ou um desequilíbrio metabólico. Os sintomas mais frequentes da SOP, e que são essenciais para o diagnóstico, estão relacionados com:

 

Sintomas físicos

  • Ciclos menstruais irregulares;
  • Hirsutismo (crescimento de pelos escuros em zonas que são mais típicas no homem como as zonas do queixo e cara, braços, costas);
  • Acne recorrente;
  • Tendência para o excesso de peso ou dificuldade na sua perda.

Sintomas clínicos

  • Ovários de aparência poliquística;
  • Alterações hormonais (deficiência de progesterona, aumento da testosterona e resistência à insulina);
  • Deficiências nutricionais (selénio, magnésio, ómega 3, vitamina D).

Sintomas mentais/emocionais

  • Ansiedade, depressão, fadiga, alterações do sono e/ou baixo desejo sexual.

Além da sintomatologia associada à SOP, que por si só afeta negativamente a qualidade de vida, a obesidade e a resistência à insulina típicas desta patologia aumentam o risco de desenvolver outras patologias como a diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares ou mesmo o cancro da mama e endométrio.

 

Uma correta avaliação dos sintomas permite um diagnóstico precoce da SOP, essencial para que o tratamento da equipa multidisciplinar possa ser feito atempadamente.

 

Controlo da SOP

 

A SOP pode, em muitos casos, ser controlada através da nutrição por si, ou como coadjuvante na terapêutica farmacológica e/ou hormonal. Na consulta de nutrição, é realizado todo o estudo clínico, avaliação antropométrica e alimentar para que, de forma individualizada, seja prestado o melhor acompanhamento nutricional.

 

O objetivo major é identificar as causas que são responsáveis pelos sintomas, e com essa informação, fazer a melhor intervenção alimentar/nutricional. Não há dois casos de SOP exatamente iguais!

 

A terapêutica nutricional aponta nos seguintes princípios:

 

  1. No caso de haver excesso de peso e excesso de gordura corporal, um plano alimentar com vista a corrigir esta situação é uma forma de reduzir a resistência à insulina e melhorar a sintomatologia;
  2. Dieta e comportamentos com vista à prevenção e melhorar/atenuar os sintomas específicos:
  • Dieta anti-inflamatória e antioxidante;
  • Aumentar o consumo de alimentos de baixo índice glicémico e ácidos gordos essenciais;
  • Aumentar o consumo de alimentos ricos em probióticos, e de alimentos ricos em magnésio, selénio, vitamina D e crómio;
  • Suplementação em superalimentos e/ou nutrientes específicos;
  • Excluir/evitar o consumo de alimentos ricos em açúcar e farinhas refinadas, alimentos processados e produtos lácteos;
  • Limitar a cafeína a 3 expressos por dia;
  • Incentivar a ingestão de alimentos biológicos, isentos de pesticidas e aditivos químicos;
  • Equilibrar o intestino;
  • Incentivar o exercício físico de forma regular;
  • Promoção de estratégias para minimizar os sintomas emocionais.

 

Seguir uma alimentação natural, nutritiva e equilibrada tem um efeito não apenas na prevenção, mas também um papel essencial na terapêutica da SOP.

 

Se se identifica com os sintomas ou já tem diagnóstico de SOP, marque já a sua consulta de nutrição!