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Encarar a menopausa com naturalidade e tranquilidade

publicado em 19 Out. 2022

Durante os anos que antecedem a menopausa e primeiros anos após, surgem uma série de sintomas associados à transição hormonal desta fase da vida.

A menopausa é um processo fisiológico que se define pela cessação permanente dos ciclos menstruais e diagnostica-se retrospetivamente após 12 meses de ausência de menstruação. A idade média da menopausa é aos 51 anos, sendo que 95% das mulheres entram na menopausa entre os 45 e os 55 anos.

Quais os sintomas mais comuns da menopausa?

Durante os anos que antecedem a menopausa e nos primeiros anos após, surgem uma série de sintomas associados à transição hormonal desta fase da vida.

 

Os mais comuns são os sintomas vasomotores, tipicamente conhecidos por “calores” ou “fogachos”, que atingem mais de 70% das mulheres na menopausa, mas apenas cerca de 20-30% procuram o seu médico para tratamento. Estes surgem classicamente como uma sensação súbita de calor no tronco e face que rapidamente se torna
generalizada, podendo associar-se a transpiração profusa e palpitações, e ter um grande impacto negativo na qualidade de vida. Sendo mais prevalentes no período noturno, são também uma causa de insónias e perturbações do sono.

 

Outros sintomas típicos desta fase da vida, apesar de geralmente surgirem mais tarde, englobam-se na chamada Síndrome Geniturinária da Menopausa. Esta síndrome caracteriza-se pela presença de sintomas como: sensação de secura, ardor ou irritação vulvovaginal, dor nas relações sexuais e aparecimento de infeções urinárias de repetição.

Existe tratamento para os sintomas da menopausa?

Atualmente, existem várias terapêuticas que permitem dar às doentes a qualidade de vida que merecem. A primeira linha passa pela Terapêutica Hormonal de Substituição, sistémica ou local. Estas terapias permitem reduzir significativamente os sintomas vasomotores e limitar a progressão das alterações nos órgãos genitais femininos, permitindo à mulher manter a sua vida normal e toda a sua funcionalidade.

 

Além da terapêutica hormonal e tendo em conta que nem todas as mulheres são candidatas à mesma (por exemplo, se apresentarem antecedentes de cancro da mama ou de eventos tromboembólicos), existem muitas outras terapêuticas não hormonais à disposição, como os antidepressivos, extratos de pólen, hidratantes e lubrificantes vaginais, além das alterações do estilo de vida, terapia cognitivo-comportamental e terapêuticas complementares (por exemplo, acupuntura).

É importante recordar que a menopausa faz parte do ciclo de vida da mulher, devendo ser encarada com naturalidade e sem vergonha ou receio. Os sintomas não devem ser aceites como algo sem solução que precisa de suportar.

Nesta fase, é fundamental a participação de um médico especialista para acompanhar o aparecimento dos sintomas e orientar o seu controlo e tratamento, de forma a continuar a viver a vida com qualidade.