O que é?
A insuficiência cardíaca define-se como uma síndrome causada por uma anomalia da estrutura ou da função do coração, levando a uma diminuição do débito sanguíneo adequado às necessidades do corpo humano. Acontece que, o coração perde parte da sua capacidade de bombear sangue, devido a um enfraquecimento do músculo cardíaco ou uma dificuldade no relaxamento muscular entre os batimentos. Trata-se de uma condição clínica muito frequente, geralmente a partir dos 60 anos, mas existem maneiras de conseguir preveni-la e de melhorar a qualidade de vida
A insuficiência cardíaca inicialmente pode ser assintomática, progredindo desde um cansaço ao esforço, posteriormente para pequenos passos e em estadios mais avançados cansaço até em repouso.
Principais sintomas
- Falta de ar (dispneia) e fadiga: em atividades físicas ou ao deitar-se; com a evolução da doença, a fadiga poder aparecer em repouso e pode sentir a necessidade de dormir com a cabeceira da cama mais elevada
- Inchaço (edema): tornozelos, pernas, barriga
- Tosse: mais frequente sem expetoração
Como faço o diagnóstico?
O diagnóstico, essencialmente, faz-se no consultório médico: através da clínica (falta de ar; pés/pernas inchadas; intolerância ao decúbito total pela falta de ar; cansaço); da realização de ecocardiograma transtorácico e de análises.
Como posso prevenir?
A prática de exercício físico e uma boa alimentação são os pilares mais importantes para prevenir a insuficiência cardíaca.
Na alimentação, falamos em diminuir a ingestão de sal, de produtos processados (bolachas, enlatados, sumos, entre outros…) e de gorduras trans. Dando assim preferência a uma dieta mais equilibrada entre alimentos ricos em fibras, vitaminas e sais minerais (frutas, verduras, legumes), carnes brancas (aves) e peixes ricos em ômega-3.
Quanto ao exercício físico, não só importa a perda e controlo de peso, assim como a gestão da ansiedade/stress diário. Dê preferência a exercícios físicos aeróbicos (caminhadas, natação, aulas de ginásio). Por exemplo: escolha 3 dias da semana, nos quais faça uma caminhada em passo acelerado, cerca 50 minutos.
Qual o tratamento?
O primeiro tratamento começa em casa: controlar dos fatores de risco (diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, evição tabaco, álcool); modificação do estilo de vida; vacinação em dia (gripe, SARS-CoV2 e antipneumocócica); monitorização diária do peso e autovigilância dos sintomas.
Já na consulta é necessário identificar e gerir o fator etiológico: síndrome coronário, arritmia, hipertensão arterial, alterações da função da tiroide, pericardite/miocardite, VIH, cardiomiopatias e doenças metabólicas.
Hoje em dia já existem medicamentos que podem mudar o percurso desta doença crónica, ajudando assim nos sintomas e na qualidade de vida.
Não se esqueça de adotar hábitos saudáveis e de monitorizar os sinais e sintomas de alarme. Cumpra a medicação prescrita pelo médico, assim como seguimento regular em consulta. Cuide do seu coração!