A esteatose hepática, normalmente chamado fígado gordo, é diagnosticada através de exames de imagem (por exemplo ecografia ou tomografia computorizada abdominal).
Após a identificação da doença hepática esteatósica, o médico avalia também a presença de critérios metabólicos (obesidade com IMC> 25kg/m2; diabetes; triglicéridos >150mg/dL; HDL<39mg/dL nos homens e <50mg/dL nas mulheres e hipertensão arterial). Na presença de apenas um deles, é definido Doença Hepática Esteatótica Associada a Disfunção Metabólica. No entanto, se além destes fatores de riscos, ainda é acrescido o consumo de álcool (>20g/dia, ou seja, 2 copos de vinho de 100mL/dia), estamos perante uma nova entidade de doença hepática mais grave.
Com este espectro de doença hepática é cada vez mais importante o controlo dos fatores de risco cardiovasculares, para minimizar as complicações das doenças hepáticas.
Sintomas
Numa fase inicial, o fígado gordo pode ser assintomático. Muitas vezes é diagnosticado após exame de imagem. Com a progressão da doença, outros sintomas poderão ficar mais notórios: desconforto abdominal no lado direito, sensação de enfartamento precoce, perda de peso inexplicada, náuseas, coloração da pele e conjuntivas mais amareladas, aumento do perímetro abdominal, pernas/tornozelos inchadas e períodos de confusão mental.
E depois de diagnosticado?
Depois de diagnosticada a Doença Hepática Esteatótica Associada a Disfunção Metabólica, o doente deverá manter seguimento regular no seu médico assistente para uma avaliação clínica, analítica e evitar a presença de futuras complicações.
A elastografia hepática é realizada para monitorizar a progressão da doença. Com este método, é possível medir a rigidez e detetar fibrose hepática.
Se identificada fibrose, há maior risco de evolução para cirrose e hepatocarcinoma, devendo assim ser controlado de forma mais regular.
Complicações?
A principal complicação da doença hepática é a evolução de fibrose para cirrose, infeções (o sistema imunológico fica mais enfraquecido), varizes esofágicas e gástricas, hemorragia digestiva, ascite (aumento do perímetro do abdómen), insuficiência hepática (o fígado perde as suas funções), desnutrição, hepatocarcinoma e morte.
Tratamento
Todas estas complicações conseguem ser prevenidas através do controlo da hipertensão arterial, diabetes, alimentação adequada (evitar alimentos processados e gorduras trans), exercício físico aeróbico, evicção de consumo de álcool e de tabaco.
Até ao momento, não há nenhum medicamento específico aprovado.
O tratamento precoce e o controle das causas subjacentes são fundamentais para prevenir a progressão da doença. A esteatose hepática pode ser revertida com mudanças no estilo de vida.
A educação do doente é o pilar para melhorar a adesão às mudanças de estilo de vida e ao tratamento.