Portugal é o país europeu com a maior taxa de mortalidade por pneumonia, com valores superiores a 57 mortes por cada 100 mil habitantes, o dobro da média dos países da União Europeia. Os dados constam do relatório anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre saúde na Europa, “Health at a Glance”, divulgado dia 22 de novembro 20181.
O documento revela que, em 2015, Portugal era o país, entre os 28 da União Europeia, onde mais se morria por pneumonia, doença que matou cerca de 140 mil pessoas nesse ano na Europa.1
A apresentação inicial pode ser caracterizada por hipotensão, alteração do estado mental e outros sinais de disfunção orgânica, como disfunção renal, disfunção hepática e/ ou trombocitopenia (plaquetas baixas)2.
Sinais e sintomas de pneumonia podem ser subtis em doentes com idade avançada e/ ou comprometimento do sistema imunológico, e um maior grau de suspeita pode ser necessário para o diagnóstico. Como exemplos, doentes idosos podem apresentar alteração no estado mental, mas não apresentarem febre ou leucocitose. Em doentes imunocomprometidos, os infiltrados pulmonares podem não ser detetáveis nas radiografias de tórax, mas podem ser visualizados com TAC2.
Fatores de risco: doentes com idade igual ou superior a 65 anos, DPOC, Bronquiectasias, Asma, ICC, AVC prévio, Diabetes, Desnutrição, Imunossupressão (ex.: neoplasias), Infeções Respiratórias víricas, Tabaco, Ingestão de Bebidas Alcoólicas (> 80g/d) e de Opióides, Exposição a tóxicos (solventes, tintas ou gasolina)2.
A combinação de fatores de risco, como tabagismo, DPOC e ICC são aditivos em termos de risco2.
O diagnóstico geralmente requer um raio X do tórax de um doente com uma síndrome clinicamente compatível (ex.: febre, dispneia, tosse e produção de expetoração).2, 3.
Os três níveis de gravidade da pneumonia (ligeira, moderada e grave) geralmente correspondem a diferentes níveis de atenção2:
• Assistência ambulatorial: A maioria dos doentes que são saudáveis com sinais vitais normais (além da febre) e sem preocupação com complicações são considerados pneumonia leve e podem ser tratados em ambulatório.
• Internamento hospitalar: Doentes que possuem saturação periférica de oxigénio <92 % a ar ambiente (e uma mudança significativa em relação ao valor basal) devem ser hospitalizados.
Como os doentes com sinais precoces de sepsis, doença rapidamente progressiva, ou suspeita de infeções com patógenos agressivos não estão bem representados nos sistemas com gravidade, esses doentes também podem exigir hospitalização para monitorar de perto a resposta ao tratamento.2
Preocupações práticas que podem justificar a admissão hospitalar incluem incapacidade de tomar medicamentos orais, comprometimento cognitivo ou funcional ou outras questões sociais que possam prejudicar a adesão à medicação ou a capacidade de regressar aos seus cuidados habituais, devido ao agravamento clínico que apresentou (por exemplo, residência distante de um serviço clínico).2
Fontes:
1 – OCDE. Health at a Glance: Europe 2018, State of Health in The EU Cycle. 22 Novembro 2018; 95;
2 – Julio A Ramirez, MD, FACP. Overview of communityacquired pneumonia in adults. Uptodate 2018 [consultado 2018 Nov]. Disponível em: http://www.uptodate.com ;
3 – John G Bar tlett, MD. Diagnostic approach to communityacquired
pneumonia in adults. Uptodate 2017 [consultado2018 Nov]. Disponível em: http://www.uptodate.com https://read.oecd-ilibrary.org/social-issues-migration-health/health-at-a-glance-europe-2018_health_glance_eur-2018-en#page1