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Estrabismo

publicado em 13 Abr. 2019

Uma das patologias mais frequentemente encontradas na consulta de oftalmologia é o estrabismo, que apesar de ocorrer maioritariamente em crianças, pode apresentar-se em qualquer faixa etária.

 

O Estrabismo pode ser definido como a ausência de alinhamento bi-ocular que deve estar presente em todas as pessoas após os 6 meses de idade. A perda de alinhamento pode acontecer de forma súbita ou gradual, e pode ser congénita, de aparecimento mais tardio na infância ou em idade adulta. Pode ser horizontal (convergente ou divergente, os mais frequentes), vertical ou assumir um misto destas duas formas.

 

Pode ter, entre outras, causas orgânicas, como uma catarata densa ou tumor ocular, causas sistémicas, como o hipertiroidismo, causas refrativas como a alta hipermetropia, as paralisias dos músculos extraoculares ou mais frequentemente ser idiopático, ou seja não se conseguir estabelecer diretamente a causa, estando esta relacionada com pequenas anomalias em pequenos circuitos neuronais responsáveis pelos movimentos oculares.

 

As consequências podem ser mais ou menos devastadoras conforme o doente e a faixa etária.

 

Na idade pediátrica, a ambliopia (vulgarmente conhecida como o “olho preguiçoso”) é a mais grave. O cérebro de uma criança não consegue lidar com duas imagens diferentes, proporcionadas pela visão de cada um dos olhos desalinhados entre si. Dá-se então um fenómeno de supressão da imagem vinda de um dos olhos, que se for cada vez mais constante, leva à progressiva perda da visão desse olho, consequência devastadora para o desenvolvimento futuro da criança. Não nos esqueçamos que “quem” vê não é o olho, é o cérebro, que faz uso da informação transmitida a partir do órgão sensorial, o olho, e por isso mesmo o tratamento desta situação passa por forçar o cérebro a usar a informação veiculada pelo olho estrábico. Geralmente, embora possa haver recurso a fármacos e outras técnicas, o tratamento de eleição é a oclusão do olho fixador, não-estrábico, durante algum tempo. Posteriormente buscar-se-á o realinhamento dos olhos através do recurso a cirurgia minimamente invasiva ou a toxina botulínica. O objetivo é, além de aliviar a carga social e o estigma associado ao estrabismo, podermos garantir às crianças estrábicas um futuro igual em oportunidades (de aprendizagem, emocionais, profissionais e sentimentais) ao das outras crianças sem estrabismo.

 

Por outro lado, em idade adulta o estrabismo causa frequentemente outro sintoma, a diplopia, ou visão dupla, que pode ser totalmente incapacitante para as atividades da vida diária, mesmo as mais simples, como pegar num copo, descer um degrau ou conduzir um carro. Nestes casos o uso de lentes prismáticas e a cirurgia são os tratamentos geralmente indicados. O grau de satisfação dos nossos doentes quando ficam sem a visão dupla é uma das realidades mais recompensadoras com que um estrabologista se pode deparar.

 

Em termos gerais, podemos dizer que o estrabismo não é uma patologia rara, que se encontra subdiagnosticada e subvalorizada, e que caso não seja avaliado precocemente e corrigido por um oftalmologista com estas competências acarreta incomportável perda de qualidade de vida presente e futura.

 

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