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Dependência digital: um fenómeno atual

publicado em 18 Jun. 2024

Atualmente vivemos numa era digital e como tal, a presença de dispositivos tecnológicos é inevitável e constante, nomeadamente, nas camadas mais jovens. Por isso, a realidade preocupante da adição digital é algo que exige a nossa reflexão e intervenção dado o impacto desta imersão tecnológica, sobretudo, a nível psicológico e sociológico.

 

É inegável que o acesso “ilimitado” aos dispositivos digitais existe. Em casa, é frequente assistirmos a um uso exagerado dos telemóveis, tablets, computadores, consolas de jogos, tudo que permita uma ligação constante ao mundo virtual, muitas vezes usado, como refúgio…até para os adultos. E a preocupação começa aqui!

 

Por isso, torna-se importante alertar para alguns aspectos a que deveremos ter atenção:

 

  1. Preocupação excessiva para a utilização da tecnologia, exteriorizada por irritação e/ou ansiedade quando a mesma não está disponível;
  2. Necessidade de aumentar o tempo dispensado no uso desta mesma tecnologia para obter aquela sensação de satisfação ou prazer;
  3. Dificuldade ou incapacidade de controlar e/ou reduzir o tempo dispendido com tecnologia digital;
  4. Interferência significativa nas atividades diárias, como escola, na saúde, atividade física, relacionamentos e/ou trabalho;
  5. Aos dispositivos digitais como refúgio ou escape a problemas e/ou sentimentos desagradáveis;
  6. E por último, quando verificamos que existe um prejuízo considerável na vida das pessoas.

 

Após estes sinais de alerta, inevitavelmente, teremos que abordar as consequências desta designada adição digital. A literatura aponta-nos para alterações de sono, sintomatologia ansiosa e/ou dificuldades na regulação emocional e/ou comportamental. Paralelamente a isto, verifica-se que a pressão das redes sociais exerce uma pressão, frequentemente, nociva e quase inconsciente, na formação da identidade. Inevitavelmente, serão as crianças e os jovens, os alvos mais fáceis e que mais padecem desta mesma pressão.

 

E falando dos mais jovens, o que podem, os pais fazer para ajudar na gestão de um consumo ajustado dos “tempos de ecrã”, e assim, atuar de forma preventiva? Algumas
estratégias serão:

 

  1. Definir limites claro sobre o tempo de ecrã;
  2. Definir horários específicos para o uso dos mesmos;
  3. Promover comportamentos saudáveis (por exemplo, pela prá:ca regular de ac:vidade Xsica);
  4. Modelagem do comportamento (os adultos são os modelos mais próximos, pelo que é importante que os mesmos sejam capazes de limitar o seu próprio tempo de uso nestes dispositivo digitais);
  5. promover atividades “offline” que sejam divertidas e interessantes (por exemplo, atividades com o grupo de pares e/ou em família);
  6. definir regras para a não u:lização destes aparelhos durante as refeições e nos momentos antes de dormir;
  7. Proporcionar supervisão e orientação, algo que passa, também, por uma comunicação aberta com os filhos sobre os riscos associados ao uso desajustado e exagerado das tecnologias.

Esta é uma dependência que pode variar em gravidade e modos de manifestação entre as pessoas, e por isso, torna-se indispensável a avaliação de um psicólogo ou outro profissional do âmbito da saúde mental, de forma a poder ser realizado o encaminhamento e a intervenção ajustada a cada um.

Em caso de dúvidas, não hesite em procurar um profissional de saúde porque a nossa intenção é ajudar a criarmos um mundo com crianças e jovens saudáveis…e felizes!