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Microbiota intestinal: qual a sua importância?

publicado em 28 Mar. 2022

Atualmente está claro na comunidade científica e, em contrapartida, ainda pouco divulgado na sociedade em geral, o papel preponderante que a microbiota intestinal tem, quer na saúde humana, quer nas gerações futuras.

 

A microbiota intestinal corresponde a todos os microrganismos que habitam no nosso corpo. Acontece que, quando existe uma alteração da mesma, denominada disbiose, há uma perda de diversidade bacteriana, com libertação de endotoxinas para a circulação, levando a doenças inflamatórias de baixo grau (endotoxemia metabólica), como é o caso de doenças metabólicas, tais como a Obesidade ou a Diabetes Mellitus.

 

A importância da microbiota intestinal começa logo desde cedo, ainda no período intrauterino, quando o feto está exposto à microbiota intestinal da mãe, através da placenta. Daí que, uma disbiose da mãe possa desde logo afetar a microbiota da criança.

 

tipo de parto é também um fator importante pois, se o bebé nascer de parto normal, estará mais exposto às bactérias deste canal (Lactobacillus) e terá um desenvolvimento normal do sistema imunitário. Se for cesariana, estará mais exposto às bactérias da pele da mãe (Staphylococcus) e terá um maior risco de desenvolvimento de doenças atópicas, como asma ou alergia.

 

Por outro lado, o tipo de amamentação também é crucial, uma vez que o leite materno tem oligossacáridos com um papel bifidogénico importante para a função imunológica e protetora. Se for alimentado com fórmulas infantis, haverá um maior risco para o bebé, e está associado a bactérias do tipo Enterobacteriaceae.

 

Já em idade adulta, vários são os fatores que potenciam disbiose intestinal como, por exemplo, a exposição precoce a fármacos, como a metformina ou inibidores da bomba de protões, ou a toma cada vez maior de antibióticos.

 

Recentemente, também se verificou que o desequilíbrio da microbiota intestinal é um dos fatores de risco para a gravidade da doença por infeção por SARS-CoV-2. Tal explica-se pelo facto de existir menor diversidade de bactérias, menor presença de bactérias benéficas e, por consequência, maior impacto negativo na imunidade.

 

A nível alimentar, um maior consumo de alimentos processados está também associado a uma maior ingestão de aditivos alimentares que igualmente potenciam um perfil inflamatório da microbiota intestinal.
Nesse sentido, devemos ter consciência do impacto e da importância que a microbiota intestinal tem na nossa saúde e do seu efeito transgeracional.

 

Através da alimentação, devemos promover uma microbiota saudável com o aumento do consumo de alimentos prebióticos (como por exemplo: cereais integrais, bananas, cebolas, alho…) e alimentos probióticos (como por exemplo: iogurtes e kefir), tendo por base um estilo de vida saudável, com a adoção da Dieta Mediterrânica, como padrão alimentar.