A síndrome de burnout é uma doença psiquiátrica associada ao stress profissional e caracterizada por exaustão física e intelectual, indiferença emocional e diminuição da funcionalidade com redução da eficácia laboral. Esta entidade associa-se com elevada frequência a sintomas depressivos e ansiosos.
A síndrome de burnout foi inicialmente descrita nos trabalhadores em contacto com utentes, nomeadamente assistentes sociais, professores, terapeutas, enfermeiros e médicos. Mais tarde foi também identificada noutro tipo de profissões que envolvem pressão constante, nomeadamente controladores do tráfego aéreo, gestores e engenheiros.
A investigação sobre este tema tem cerca de 40 anos e permitiu esclarecer que os trabalhadores que padecem desta doença têm maior absentismo, menor satisfação com o trabalho, maiores alterações familiares incluindo divórcio, um maior consumo e abuso de substâncias não prescritas medicamente, um maior número de sintomas psicopatológicos e sobretudo uma maior taxa de suicídio.
Muitos dos doentes acabam por mudar de profissão ou ficam com incapacidade para o trabalho.
De facto, a síndrome de burnout acarreta custos para o trabalhador mas também para a entidade empregadora e para a sociedade em geral.
A forma de tratamento implica uma abordagem complexa que permita intervir a nível sistémico. Assim, a pessoa deve aumentar as suas capacidades para gerir a tensão, as suas expectativas, os conflitos intra e extra laborais. Deve ser dada uma atenção especial ao aumento da vida privada face à vida profissional. A psicopatologia associada (ansiedade, depressão, abuso de substâncias) deve ser adequadamente tratada com intervenções psicoterapêuticas e farmacológicas.
Por outro lado, no local de trabalho deve-se procurar otimizar as condições que se relacionam com a exigência, número de tarefas, recompensas, ambiente de trabalho, gestão das equipas, assim como deve ser dada atenção à criação do sentido lato de pretensa a uma comunidade. Desta forma, será possível aumentar a resistência aos níveis de stress constantes, às frustrações e exigências diárias.
O surgimento desta síndrome chama a atenção para a relação bidirecional entre a psiquiatria e a cultura, na medida em que ilustra como uma mudança na sociedade pode levar ao surgimento de patologia até então ausente. Neste caso, a evolução de uma sociedade industrial para uma sociedade de serviços em conjugação com a erosão das entidades família, comunidade, igreja, insegurança e volatilidade contratual, levaram ao aparecimento da síndrome do burnout.
O Grupo Trofa tem um interesse particular por poder prestar os cuidados aqueles que estão sujeitos a esta patologia tendo desenvolvido uma consulta de psiquiatria específica e criado grupos de apoio dedicados a esta afeção.
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