A rinite consiste numa inflamação da mucosa que reveste as fossas nasais, dificultando o normal fluxo de ar.
A rinite difere da sinusite, uma vez que esta última consiste numa inflamação/infeção nos seios perinasais (cavidades nos ossos da face que comunicam com as fossas nasais), mas muitas vezes rinite e sinusite ocorrem em simultâneo.
A rinite pode ter várias causas, dependendo do tipo de estímulo que causa reatividade com a mucosa nasal, levando à sua inflamação. Sendo as mais comuns:
- Infeções: mais comum vírica (coriza) ou bacteriana;
- Alergias: pó, pólen, pêlos de animais, plantas – alergénios que são inalados;
- Irritantes: partículas inaladas que causam irritação nas fossas nasais, comum em alguns trabalhos (produtos químicos, poeiras, malhas de confeção…);
- Vasomotora/Idiopática: reação de congestão na mucosa nasal em resposta a mudanças de temperatura, ar condicionado e alterações de humidade do ar inalado;
- Hormonal: algumas rinites desenvolvem-se em resposta a alterações hormonais no organismo;
- Rinite atrófica: em alguns casos, a mucosa que reveste as fossas nasais torna-se atrófica, perdendo a sua função de limpeza natural do ar inalado, cursando numa inflamação constante;
- Medicamentosa: reação a alguns medicamentos. O mais comum é o uso excessivo de sprays descongestionantes nasais, que a longo prazo danificam a mucosa nasal. Estes sprays NÃO SÃO OS MESMOS que os corticóides nasais, usados para tratar a inflamação.
Sintomas predominantes são a dificuldade em respirar pelo nariz, pingo, por vezes espirros, comichão, ardência ou secura nasal. Poderá haver dor de cabeça, dificuldade em dormir e mau-estar geral.
O diagnóstico é clínico, sendo por vezes necessário realizar testes alérgicos ou de provocação nasal para identificar o fator causal. Estudos de imagem como TAC nasal podem ser necessários para avaliar possíveis alterações nasossinusais concomitantes, como desvio do septo nasal ou sinusite.
O tratamento passa por identificar corretamente a causa para se poder estabelecer medidas de prevenção, como evicção de ambientes que propiciem a reatividade da mucosa nasal – evicção de alergénios, de poluentes ou ar condicionado, uso de máscara em trabalhos de risco.
O tratamento médico dirigido é feito em caso de infeções, alergias, rinite atrófica, hormonal ou outras situações específicas. Sprays: os DESCONGESTIONANTES nasais são receitados em situações que necessitam de descongestão nasal urgente e só podem ser usados por curtos períodos de tempo (5-7 dias).
Os corticóides nasais ou sprays anti-inflamatórios são receitados com frequência e podem ser usados a longo prazo. A lavagem nasal com solução salina e hidratação nasal são fundamentais no tratamento e também na prevenção.
O tratamento cirúrgico está reservado para casos mais resistentes ao tratamento médico e consiste numa intervenção para reduzir os cornetos nasais. Quando há outras alterações nasais, como desvio do septo ou sinusite crónica, a cirurgia também está indicada.
