Durante os anos que antecedem a menopausa e primeiros anos após, surgem uma série de sintomas associados à transição hormonal desta fase da vida.
A menopausa é um processo fisiológico que se define pela cessação permanente dos ciclos menstruais e diagnostica-se retrospetivamente após 12 meses de ausência de menstruação. A idade média da menopausa é aos 51 anos, sendo que 95% das mulheres entram na menopausa entre os 45 e os 55 anos.
Quais os sintomas mais comuns da menopausa?
Durante os anos que antecedem a menopausa e nos primeiros anos após, surgem uma série de sintomas associados à transição hormonal desta fase da vida.
Os mais comuns são os sintomas vasomotores, tipicamente conhecidos por “calores” ou “fogachos”, que atingem mais de 70% das mulheres na menopausa, mas apenas cerca de 20-30% procuram o seu médico para tratamento. Estes surgem classicamente como uma sensação súbita de calor no tronco e face que rapidamente se torna
generalizada, podendo associar-se a transpiração profusa e palpitações, e ter um grande impacto negativo na qualidade de vida. Sendo mais prevalentes no período noturno, são também uma causa de insónias e perturbações do sono.
Outros sintomas típicos desta fase da vida, apesar de geralmente surgirem mais tarde, englobam-se na chamada Síndrome Geniturinária da Menopausa. Esta síndrome caracteriza-se pela presença de sintomas como: sensação de secura, ardor ou irritação vulvovaginal, dor nas relações sexuais e aparecimento de infeções urinárias de repetição.
Existe tratamento para os sintomas da menopausa?
Atualmente, existem várias terapêuticas que permitem dar às doentes a qualidade de vida que merecem. A primeira linha passa pela Terapêutica Hormonal de Substituição, sistémica ou local. Estas terapias permitem reduzir significativamente os sintomas vasomotores e limitar a progressão das alterações nos órgãos genitais femininos, permitindo à mulher manter a sua vida normal e toda a sua funcionalidade.
Além da terapêutica hormonal e tendo em conta que nem todas as mulheres são candidatas à mesma (por exemplo, se apresentarem antecedentes de cancro da mama ou de eventos tromboembólicos), existem muitas outras terapêuticas não hormonais à disposição, como os antidepressivos, extratos de pólen, hidratantes e lubrificantes vaginais, além das alterações do estilo de vida, terapia cognitivo-comportamental e terapêuticas complementares (por exemplo, acupuntura).
É importante recordar que a menopausa faz parte do ciclo de vida da mulher, devendo ser encarada com naturalidade e sem vergonha ou receio. Os sintomas não devem ser aceites como algo sem solução que precisa de suportar.
Nesta fase, é fundamental a participação de um médico especialista para acompanhar o aparecimento dos sintomas e orientar o seu controlo e tratamento, de forma a continuar a viver a vida com qualidade.