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Sofre de ataques de pânico?

publicado em 18 Jun. 2021

A perturbação de pânico carateriza-se de um modo geral pela ocorrência espontânea, recorrente e inesperada de ataques de pânico. Mas o que é um ataque de pânico?

 

Imagine que está a passear na praia e de repente sente o coração a bater muito depressa…. Pouco tempo depois surge falta de ar e parece que vai mesmo desmaiar. Passados uns minutos deste sofrimento – que lhe parece uma eternidade –, tudo volta ao estado normal. Ou imagine outra situação, em que está a ver um filme em casa sozinho e que começa a ficar com formigueiros, suores frios e ao mesmo tempo com uma sensação de calor por todo o corpo. Lembra-se de que está sozinho em casa e que se lhe acontecer alguma coisa ninguém o vai ajudar. Surge na sua mente a possibilidade de isto ser um ataque cardíaco. Mas passado alguns minutos não acontece mais nada e percebe que desta vez ficou a salvo.

 

Chamamos “ataque de pânico” a um período de medo ou desconforto intenso, que atinge uma intensidade máxima em poucos minutos e durante o qual podem surgir vários sinais e sintomas, como palpitações, tremores, falta de ar, dor no peito, náuseas, tonturas, sensação de frio ou calor ou formigueiros.

 

Na perturbação de pânico o doente vive com receio de ter outros ataques de pânico, de tal modo que este medo começa a dominar a sua vida. O seu dia a dia passa a girar à volta de maneiras de evitar ter ataques de pânico, podendo, por exemplo, deixar de trabalhar, de ir a centros comerciais, de andar em transportes públicos ou até mesmo isolar-se em casa. Pegando nos exemplos de cima, se teve o ataque durante uma caminhada na praia, evitaria dar passeios na praia. Se foi quando estava sozinho em casa, tentava ficar sempre acompanhado.

 

Os ataques de pânico podem surgir em muitos contextos e não apenas em doentes com perturbação de pânico. É por isso importante que o doente seja avaliado por um profissional de saúde capaz de fazer o diagnóstico diferencial e implementar o tratamento adequado.

 

O tratamento para a perturbação de pânico inclui medicação e/ou psicoterapia, nomeadamente a psicoterapia cognitivo-comportamental. Por um lado, os fármacos utilizados incluem antidepressivos como tratamento-base e eventualmente ansiolíticos, para controlo agudo da sintomatologia. Por outro lado, a psicoterapia cognitivo-comportamental, como o nome indica, aborda as cognições (pensamentos) e os comportamentos associados a determinadas situações. Na maioria dos casos, na terapia será necessário que os doentes sejam confrontados com estas situações e gradualmente vençam os medos que os impedem de ter uma vida com significado.

 

Com o tratamento adequado, seja farmacológico e/ou psicoterapêutico, na maioria dos casos existe uma melhoria significativa dos sintomas. No entanto, em alguns doentes poderá existir uma recorrência do quadro, sendo crucial a avaliação caso a caso.