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Incontinência Urinária

publicado em 22 Abr. 2018

A incontinência urinária é uma patologia comum. A sua prevalência tem tendência a crescer em virtude do progressivo envelhecimento demográfico. É uma das doenças crónicas mais prevalentes, apesar de não ser frequentemente reconhecida. Sendo mais comum na mulher, ocorre também em homens, submetidos ou não a procedimentos cirúrgicos prévios.

 

A Incontinência Urinária interfere com a vida familiar e social, causa embaraço, afeta a autoestima e diminui consideravelmente a qualidade de vida. Tem também elevado impacto económico. O custo anual direto da incontinência urinária é semelhante ao de outras doenças crónicas como a artrite, a doença de Alzheimer ou a osteoporose. Para além disso, ainda hoje se trata de uma patologia estigmatizante, associada a ideias de pseudo-normalidade, o que faz com que muitos doentes tenham vergonha de a referir aos profissionais de saúde, ou simplesmente considerem que é um processo normal decorrente do envelhecimento.

 

A Incontinência Urinária divide-se em 3 grandes grupos:

 

  • de esforço: quando as perdas urinárias acontecem durante os esforços, os exercícios físicos, a tosse ou os espirros, entre outros;
  • de urgência: quando as perdas urinárias surgem após uma vontade súbita, imperiosa, de urinar, difícil de adiar, e que não dá tempo suficiente para que o indivíduo chegue a um local onde seja socialmente adequado o esvaziamento vesical;
  • mista: doentes em que há uma conjugação de queixas de esforço e de urgência.

 

A avaliação inicial da pessoa carece sempre de uma história clínica detalhada, com enfoque na história obstétrica, cirúrgica, medicamentos e doenças que possam interferir com o normal funcionamento vesical ou antecedentes de grandes traumatismos. O diagnóstico da Incontinência Urinária de esforço é clínico e passa pela observação direta da perda involuntária de urina com manobras provocatórias. Nesse contexto o exame físico é da maior importância, uma vez que permite avaliar detalhadamente o pavimento pélvico, verificar a ocorrência de prolapsos dos órgãos pélvicos, testar a força / tónus muscular e pesquisar alterações da sensibilidade e reflexos perineais.

 

Existe uma associação entre Incontinência Urinária e vários fatores:

 

  • multiparidade (principalmente se partos demorados ou instrumentados/lacerações perineais);
  • doenças crónicas (diabetes, acidentes vasculares cerebrais, Parkinson, Alzheimer, doenças cardíacas, hiperplasia benigna da próstata, doenças psiquiátricas);
  • cirurgias pélvicas (urológicas, ginecológicas, colo-rectais);
  • obesidade/excesso de peso.

 

A investigação complementar poderá carecer do recurso a diversos exames de imagem, a estudo laboratorial detalhado ou até mesmo à realização de um exame urodinâmico. Este último é o ‘gold standard’ da avaliação funcional de bexiga permitindo, na maior parte dos casos, um esclarecimento completo das causas e circunstâncias em que acontecem as perdas urinárias.

 

A definição de um plano de tratamento depende de múltiplos fatores, nomeadamente: a gravidade das perdas urinárias (volumetria), o impacto na qualidade de vida, os custos associados (gastos com proteções), vontade manifestada pelo doente de ser submetido a procedimentos invasivos, eventualmente cirúrgicos.

 

Em primeiro lugar é importante adotar um estilo de vida saudável, com cessação tabágica, a prática regular de exercício físico e a perda ponderal nos casos de excesso de peso/obesidade.

 

Contudo, quando essas atitudes não são suficientes, temos atualmente múltiplas opções terapêuticas, com graus progressivamente maiores de complexidade, que podem ir desde a elaboração de planos de exercícios de reforço dos músculos do pavimento pélvico, ao tratamento farmacológico, passando por diversas intervenções cirúrgicas minimamente invasivas (como a colocação de fitas sub-uretrais ou a injeção intravesical de toxina botulínica), até à implantação de dispositivos mais complexos como os esfíncteres urinários artificiais (procedimentos no âmbito da Urologia).

 

Em resumo, a Incontinência Urinária é um problema de saúde do qual todos temos elevada probabilidade de vir a sofrer, de diagnóstico e investigação relativamente simples, e com tratamentos pouco invasivos e muito eficazes.

 

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