Primeiro, vamos perceber o que é a Fala. A Fala acontece quando comunicamos com as pessoas que nos rodeiam, usando sons e palavras que aprendemos com as mesmas e que são compreendidos e utilizados pela nossa comunidade. Para dizer corretamente os sons, temos que ser capazes de coordenar os movimentos da respiração e da articulação, pois sem ar não produzimos som e é com a boca e a língua que definimos o som a dizer. Assim, para falar corretamente, a criança tem que primeiro ouvir e aprender as palavras, identificar os sons que as constituem e ser capaz de reproduzir os movimentos para repeti-las.
Tendo em consideração que quando as crianças estão em crescimento passam por diferentes fases de desenvolvimento motor e de aquisição fonológica (dos sons), é expetável que não comecem a dizer, inicialmente, todas as palavras de forma correta ou até completas. No entanto, há sinais aos quais devemos estar atentos para perceber se os erros que a criança faz ao falar fazem parte do desenvolvimento normal ou serão mais do que isso:
- Por exemplo, se aos 2-3 anos a criança não tentar repetir as palavras dos adultos, preferir apontar com o dedo para obter o que pretende, não fizer frases simples (ex.: “A mamã come pão.”) e produzir, unicamente, os sons das vogais e o /p/, o /b/ e o /m/;
- Se aos 4 anos só for compreendido pelos adultos mais próximos e não for capaz de recontar histórias ou acontecimentos que viveu;
- Se aos 5 anos não disser corretamente todos os sons da fala, continuar a utilizar muitos termos de ‘maternalês’ (ex.: popó, memé) e não gostar de fazer jogos com as palavras como dividi-las em sílabas ou fazer rimas.
Em qualquer uma das situações anteriores, ou mesmo que surja a dúvida em relação a alguma delas, os pais devem procurar um Terapeuta da Fala para avaliar o desenvolvimento da criança e intervir de forma a potenciá-lo ao máximo possível, pois entre os 5 anos e meio e os 6 é essencial que a criança tenha alcançado o seu pico de desenvolvimento da fala ao ponto de produzir corretamente todos os sons da sua língua materna, assim como o desenvolvimento fonológico que lhe permita, não só falar corretamente, mas também realizar um bom percurso escolar e adquirir as competências para a aprendizagem da leitura e da escrita.
