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Ansiedade: um alvo a abater?

publicado em 20 Jan. 2025

A ansiedade é uma emoção universal, não escolhe idade, género, classe social ou etnia. Todos nós em algum momento das nossas vidas já nos sentimos ansiosos por algum motivo, num nível mais ou menos intenso.

 

Normalmente, quando nos referimos à ansiedade, encaramos a mesma como algo prejudicial e negativo. No entanto, tal como todas as emoções, a ansiedade assume uma função necessária à nossa sobrevivência. É ela que nos avisa antecipadamente para um possível perigo ou ameaça, real ou percecionada.

 

Até um determinado nível de intensidade, e se a mesma for limitada no tempo, a ansiedade poderá promover o nosso interesse, foco e atenção e consequentemente favorecer o nosso desempenho em vários domínios da nossa vida, nomeadamente na área profissional.

 

Desta forma, não devemos olhar para a ansiedade como algo a eliminar no nosso dia-a-dia, mas sim como algo que requer a nossa atenção. Nenhum de nós está livre de apresentar ansiedade patológica e está tudo bem, isso não é sinal de fraqueza nem de fracasso. É importante ter em consideração que não somos a nossa ansiedade, apenas temos ansiedade e o mais importante é reconhecê-la e procurar ajuda especializada.

Mas então, como reconhecer a ansiedade patológica?

A ansiedade apresenta-se patológica quando atinge níveis de intensidade de tal forma extremos que acaba por gerar grande mal-estar e prejuízo no funcionamento social, profissional e/ou académico, familiar e pessoal. É este o principal critério diferenciador da ansiedade normativa da ansiedade patológica, o prejuízo no funcionamento geral da pessoa e o facto de a mesma poder ser limitante.

 

Contudo, a ansiedade patológica é também prolongada no tempo e caracterizada por a presença de medo e preocupação excessivos, muitas vezes percecionados, desproporcionais em relação à ameaça ou perigo real, por pensamentos intrusivos, tendencialmente catastróficos e difíceis de controlar e um conjunto de sensações fisiológicas que geram mal-estar na pessoa.

 

Sensações fisiológicas de ansiedade: 

  • Tensão muscular;
  • Tremores e inquietação;
  • Batimento cardíaco acelerado, dores no peito e palpitações;
  • Respiração acelerada e dificuldade em respirar;
  • Sensação de desmaio;
  • Dores de cabeça;
  • Insónias;
  • Irritabilidade;
  • Dores no estômago, náuseas e diarreia.

 

Os gatilhos da ansiedade podem ser diversos e diferentes de pessoa para pessoa. Deste modo, não é possível definir um limite rígido entre ansiedade normativa e ansiedade patológica pois depende da situação e da pessoa.

 

Frequentemente as pessoas sentem que algo não está bem, que estão em constante desconforto e sofrimento, mas nem sempre reconhecem que tal situação se poderá dever a um quadro de ansiedade. Assim, é de extrema importância reconhecer os sinais e procurar ajuda profissional o mais rapidamente possível para que a sintomatologia não se intensifique cada vez mais.

 

Não morremos de ansiedade, mas a sua manifestação pode-se tornar de tal forma intolerável, chegando mesmo a limitar as atividades quotidianas.

 

A Intervenção Psicológica na ansiedade recorrendo à Terapia Cognitivo-Comportamental tem-se mostrado eficaz, na medida em que procura reduzir os sintomas através de estratégias cognitivas e comportamentais, modificar padrões de pensamento disfuncionais e comportamentos desadaptativos e promover um conjunto de estratégias de coping adaptativas de enfrentamento da ansiedade.