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O papel do médico de família em tempo de pandemia

publicado em 21 Mai. 2021

Assinalou-se, a 19 de maio, o Dia Mundial do Médico de Família, data criada em 2010 com o objetivo de celebrar o papel da especialidade junto da comunidade.

 

O Médico de Família é, na maioria das vezes, a primeira figura com quem o doente contacta quando recorre a um serviço de saúde. Além disso, é o elo de ligação com as outras especialidades médicas, garantindo a orientação dos doentes que necessitam de cuidados mais especializados. No nosso dia a dia lidamos com vários tipos de patologias e problemas de saúde que se apresentam em pessoas de todas as idades. Acompanhamos a pessoa ao longo de todas as etapas da sua vida e não a vemos apenas como doente, nem apenas na sua doença.

 

Como médicos estamos disponíveis para ajudar e avaliar nas situações de doença aguda. Nas consultas de rotina, procuramos desenvolver atividades de educação e promoção da saúde. Despistamos a presença de potenciais fatores de risco cardiovascular como a hipertensão arterial, a obesidade, a diabetes e o tabagismo. Nestas consultas, damos especial atenção à promoção de hábitos de vida saudáveis relacionados com a alimentação, a prática regular de atividade física, a redução do consumo de álcool e a sensibilização para a cessação tabágica.

 

Dado o contexto de Pandemia que atravessamos não podemos deixar de referir o papel dos Médicos de Família no combate à infeção COVID-19. A necessidade de adoção de medidas preventivas de contágio levou à reorganização do Sistema de Saúde, de um modo geral. Os hospitais adaptaram-se para receber os doentes infetados com necessidade de internamento e, face aos constrangimentos impostos, fomos forçados a adaptar a nossa atividade assistencial. Assistimos ao adiamento das consultas presenciais e da atividade clínica não urgente. Muitas situações passaram a ser orientadas à distância, através de um telefonema ou de uma videochamada com o prejuízo da não observação do doente. Progressivamente foram retomadas as consultas presenciais e o contacto clínico com o doente, que são elementos indispensáveis para a decisão e orientação terapêutica.

 

Sabemos que a pandemia ainda não está controlada e teremos de conviver com ela nos próximos tempos. Temos de manter os cuidados relacionados com os casos de doença aguda e estar atentos às sequelas que podem persistir após uma infeção ligeira a moderada. Na Síndrome pós-COVID os doentes continuam com sintomas após a fase aguda da doença e os principais são: fadiga, falta de ar, fraqueza muscular, alterações do sono, queda de cabelo, alterações do olfato e paladar. Se este é o seu caso, se teve COVID recentemente e mantém algum dos sintomas anteriores, é fundamental que procure uma avaliação médica. Nessa consulta o seu médico avaliará a necessidade de realizar exames para estudo de possíveis sequelas que possam persistir após a infeção.

 

Não se esqueça de consultar o seu Médico de Família nesta fase de desconfinamento, que deve ser segura e saudável. Para nós, é tão importante tratar da sua saúde como do seu bem-estar.