A amigdalite é um processo inflamatório das amígdalas palatinas geralmente de origem infeciosa.
As amígdalas palatinas são duas proeminências de tecido linfóide localizadas em ambos os lados da garganta. A sua função consiste na defesa do organismo, nomeadamente na produção de anticorpos. Esta ação de defesa é muito importante durante a infância.
Os sintomas mais comuns da amigdalite são: dor de garganta, dificuldade na deglutição, mau hálito, febre e arrepios. A dor também se pode sentir nos ouvidos devido aos nervos que são partilhados com a garganta. Os gânglios do pescoço podem aparecer inflamados e sensíveis. Nas crianças mais pequenas pode não haver queixas ao nível da garganta e os sintomas serem apenas perda de apetite, febre ligeira e diminuição da atividade normal.
Habitualmente, a garganta encontra-se ruborizada (vermelha), podendo as amígdalas apresentar pontos brancos (pus). Quando se tem uma amigdalite bacteriana o quadro é habitualmente muito exuberante, apresentando-se com:
- Febre alta;
- Aumento do tamanho das amígdalas;
- Exsudados (placas esbranquiçadas) na superfície das amígdalas.
A amigdalite pode ter origem vírica (sendo a mais frequente em cerca de 60 a 70 % dos casos) ou bacteriana. Por isso, nem todas as infeções devem ser tratadas com antibióticos! Ao fazê-lo, está a contribuir para o desenvolvimento de resistências a certos antibióticos, tornando o combate a estas infeções mais difícil.
O tratamento é feito com a administração de analgésicos e anti-inflamatórios, cuja função é o alívio dos sintomas. No caso da amigdalite de origem bacteriana, o médico poderá prescrever um antibiótico.
A remoção das amígdalas (amigdalectomia) é recomendada em situações específicas, como, por exemplo, nos casos de amigdalites de repetição ou crónicas.
As crianças, especialmente aquelas com mais de dois anos, têm maior predisposição para o desenvolvimento de amigdalites. A frequência de infantários aumenta este risco de contágio. O inverno e as más condições de higiene também favorecem a disseminação desta infeção.
Por vezes, as amigdalites decorrem de uma resposta imunitária diminuída do doente ou ainda da aglomeração de resíduos alimentares e secreções nas criptas amigdalinas (pequenas cavidades existentes nas amígdalas), conduzindo a uma amígdala cronicamente infetada (amigdalite crónica).
As complicações associadas às amigdalites são relativamente raras, mas apresentam um risco elevado.
A infeção pode disseminar-se profundamente aos tecidos circundantes da amígdala, provocando um abcesso periamigdalino. Os sintomas mais frequentes do abcesso periamigdalino são a dor intensa e a dificuldade em abrir a boca. Esta complicação necessita de tratamento urgente através de drenagem cirúrgica e administração de antibióticos específicos. As complicações cardíacas, renais e articulares das amigdalites podem ser muito graves, mas hoje em dia menos comuns, devido à melhoria dos cuidados de saúde.