Hoje celebra-se o Dia Mundial da Alimentação. E se, no passado, a maior parte da população portuguesa não tinha acesso fácil à informação, nomeadamente sobre que alimentação devíamos ter, hoje em dia verifica-se totalmente o oposto.
Atualmente, há um bombardeamento constante por parte da comunicação social e das redes sociais de novas dietas
da moda e novas tendências alimentares, na sua maioria de má qualidade e rigor científico. Ora, a grande consequência
que daí advém é a desinformação alimentar e nutricional. Isto, leva a que todos os anos surjam novos mitos alimentares, tais como, por exemplo:
“Para emagrecer é preciso eliminar os Hidratos de Carbono da dieta”
A maioria das pessoas que diminui o seu consumo compensa-o com a ingestão de gordura e proteína de origem animal, e isso traz alterações nas bactérias intestinais, com o aumento do número de bactérias prejudiciais. Por isso, dietas Low
Carb serão mais indicadas para um curto período de tempo. Para além disso, não se deve excluir qualquer grupo de alimentos, mas sim controlar a sua quantidade, de forma a ingerirmos menos calorias do que as que gastamos.
“O jejum intermitente faz emagrecer?”
Quando o objetivo é emagrecimento, o jejum não tem mais benefícios do que uma dieta “convencional”, desde que as calorias sejam iguais. Pode trazer melhorias, em termos de sensibilidade à insulina, em contrapartida, quando em longos períodos de tempo, pode levar a maior perda de massa muscular.
“O glúten deve ser eliminado da alimentação?”
Pessoas com sensibilidade ao glúten, ou com patologias inflamatórias intestinais podem reduzir o seu consumo em função dos seus sintomas, mas não é obrigatório eliminá-lo. A restrição excessiva em alimentos ricos em glúten, como o pão e os cereais, pode levar a carências nutricionais.
“Os produtos light são mais saudáveis e os integrais emagrecem”
Nem todos os produtos light são mais saudáveis, tendo, muitas vezes, mais gordura, açúcar e/ou aditivos e maior valor calórico – nem todos os alimentos integrais significam um valor calórico reduzido. Para uma escolha consciente,
é muito importante aprender a ler e analisar rótulos alimentares e não olhar só para as calorias.
Para além destes exemplos de alguns mitos alimentares, ainda há o grande mito de que existem dietas milagrosas. A maioria dos doentes procura o “comprimido milagroso”, que as faça perder peso. No entanto, a dieta ideal é aquela
que é equilibrada, variada e acima de tudo personalizada. Com base no estilo de vida que cada um leva, no seu historial clínico e preferências alimentares, cabe ao nutricionista, em consulta, criar empatia, construir um plano alimentar
adaptado e equilibrado e acima de tudo ajudá-lo a desmistificar tantos outros mitos alimentares, amplamente difundidos
na sociedade.