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Cancro do colo do útero: não se esqueça, o rastreio é importante!

publicado em 22 Nov. 2019

O cancro do colo do útero é o quarto tipo de cancro mais frequente na mulher em todo o mundo. Contudo, o cancro do colo do útero é uma doença potencialmente curável, se diagnosticada precocemente.

 

A sua principal causa é a infeção pelo vírus do papiloma humano (HPV), cuja transmissão é feita por via sexual (sexo vaginal, oral, anal ou contacto pele com pele). A infeção pelo HPV regride espontaneamente na maioria dos casos (90%) e só em 10% persiste (e é nestes casos que tem maior risco de progressão para cancro). Outros fatores de risco são tabagismo, múltiplos parceiros sexuais, imunossupressão e início precoce de atividade sexual.

 

Habitualmente, o cancro do colo do útero apresenta um crescimento lento, sendo precedido por alterações pré-malignas. Daí a importância da realização do rastreio do cancro do colo do útero (de acordo com a indicação do médico assistente), através de pesquisa do HPV e citologia cervical/Papanicolau, que permite detetar precocemente o cancro do colo do útero. É o Papanicolau que poderá revelar células alteradas no colo do útero. Nestes casos, a orientação é feita para um ginecologista diferenciado nesta área para a realização de uma biópsia do colo do útero com o auxílio de um microscópio e solutos (termo médico utilizado: colposcopia). As biópsias realizadas podem demonstrar alterações pré-malignas (que têm risco de progredir para cancro) ou cancro (mais raramente). Assim, o diagnóstico definitivo de cancro de colo do útero é feito através da biópsia. Relativamente às lesões pré-malignas, que podem ser de baixo grau ou alto grau, a orientação poderá passar por vigilância e/ou tratamento (pequena cirurgia).

 

Numa fase inicial do cancro do colo do útero, geralmente não há sintomas. Quando há sintomas, pode ocorrer hemorragia vaginal (entre as menstruações, durante as relações sexuais) ou corrimento vaginal com cheiro fétido. Contudo, estes sintomas podem ocorrer noutras doenças, pelo que a presença destes não significa que se tem cancro do colo do útero.

 

O tratamento vai depender de múltiplos fatores, como por exemplo o estádio da doença e a idade. O tratamento pode passar por cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Em caso de a mulher ainda pretender engravidar, deverá informar o seu médico para avaliar a possibilidade de outro tipo de tratamento. Depois do tratamento, mantém se vigilância periódica através da realização do Papanicolau (ou de outros exames, se necessário).

 

O prognóstico depende de múltiplas variáveis. Se tratado numa fase inicial, geralmente o prognóstico é favorável.

 

A prevenção do cancro do colo do útero pode ser feita através da vacinação. Existem 2 vacinas disponíveis em Portugal: uma com proteção contra os vírus 16 e 18 e outra com proteção contra os vírus 6, 11, 16,18, 31, 33, 45, 52 e 58. Atualmente, esta última vacina está incluída no Programa Nacional de Vacinação (administrada às meninas aos 10 anos).