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O que é a síndrome pós-COVID?

publicado em 05 Mar. 2021

A doença causada pelo SARS-Cov-2 (COVID-19) é, atualmente, uma emergência de saúde em todo o mundo, sendo motivo de grande preocupação pela sua rápida disseminação. Considerando o enorme impacto desta doença, é urgente a identificação das formas agudas, sejam assintomáticas, ligeiras, moderadas ou graves. Após a fase aguda, alguns doentes recuperam totalmente, enquanto outros mantêm queixas sistémicas, respiratórias, neurológicas, psiquiátricas, cardíacas, vasculares e/ou gastrointestinais, o que se designa por síndrome pós-COVID.

 

Este síndrome pode comprometer a qualidade de vida e ser pós-agudo, quando os sintomas persistem após 3 semanas do diagnóstico, ou crónico, quando os sintomas persistem para além das 12 semanas após o diagnóstico e não podem ser explicados por outra doença.

 

Os sintomas podem flutuar ao longo do tempo e são exemplos a fadiga, a adinamia, a limitação na atividade física, o sono não reparador, a perda de apetite e do peso. Como manifestações cardíacas temos as arritmias, o dano do miocárdio e a insuficiência cardíaca. São exemplos de manifestações neurológicas a persistência de cefaleias, tonturas ou, nos casos mais graves, a ocorrência de AVC isquémico ou hemorragia intracerebral. Relativamente ao sistema respiratório são exemplos a infeção bacteriana, a persistência de alterações radiológicas pulmonares e de queixas respiratórias, como a tosse, a dor torácica e a falta de ar. Os casos graves incluem a ocorrência de fenómenos tromboembólicos, doenças do interstício pulmonar, miocardites e encefalopatia. Quanto às consequências neuropsiquiátricas, esta pandemia tem sido um importante “stressor” psicológico, causando um impacto tremendo nas várias áreas da vida individual e das organizações. São exemplos a dificuldade na concentração, a depressão, a ansiedade, o stress pós-traumático, o medo de estigmatização, as cefaleias, a persistência de diminuição do olfato e do paladar, a alteração da visão e os sintomas musculoesqueléticos.

 

Assim, é importante o seguimento sustentado dos doentes que tiveram COVID, para avaliação clínica e vigilância das possíveis consequências ou sequelas. Estes doentes devem ser avaliados numa consulta, cerca de 4 semanas após a alta clínica ou teste positivo. Podem ser solicitados exames complementares como análises, eletrocardiograma, ecocardiograma, radiografia ou TAC torácica, estudo funcional respiratório, entre outros.

 

Se teve COVID não descure a sua saúde e procure-nos!