A disfunção erétil é uma doença com uma elevada prevalência na nossa população, chegando a afetar mais de metade dos homens entre os 40-70 anos de idade. Esta prevalência encontra-se subestimada uma vez que muitos homens não procuram ajuda, principalmente por vergonha. É uma doença que tem um grande impacto na qualidade de vida, quer dos doentes quer dos seus parceiros, podendo afetar a esfera emocional, a vida de relação e o bem-estar em geral.
Por outro lado, é hoje sabido que a disfunção erétil pode ser uma manifestação precoce de doença arterial coronária e vascular periférica, fazendo desta um sinal de alarme para doenças cardiovasculares, uma vez que partilham fatores de risco tais como diabetes mellitus, dislipidemia, hipertensão arterial, síndrome metabólico, sedentarismo e tabagismo. Na realidade a disfunção erétil pode preceder um evento cardiovascular (ex.: enfarte do miocárdio) em até 5 anos, tornando-se imperativo a avaliação destes doentes, principalmente doentes com queixas de disfunção erétil em idades mais jovens.
Outras condições, como doenças neurológicas ou depressão também podem ser causa de disfunção erétil, bem como determinados medicamentos usados no tratamento da hipertensão arterial ou antidepressivos, entre outros.
Clinicamente, pode ter um início insidioso, apresentando-se como uma dificuldade progressiva em ter ou manter uma ereção suficientemente rígida, ou apresentar-se abruptamente, pelo que cada doente deve ser avaliado individualmente. Esta avaliação passa por um exame clínico, estudo metabólico, avaliação hormonal e eventualmente exames mais específicos como o ecodoppler peniano, quando necessário, de modo a identificar o tipo de disfunção erétil e a sua causa.
Atualmente estão disponíveis múltiplas opções terapêuticas que permitem tratar a disfunção erétil, permitindo aos doentes e seus parceiros, ter uma vida sexual ativa e satisfatória. Estes tratamentos podem passar por simples medicação oral ou tratamentos locais menos invasivos ou, em casos mais severos, requerer cirurgia, como é o caso de implantação de prótese peniana, pelo que o tratamento deve ser adaptado e otimizado para cada doente.
Tendo em conta o elevado sucesso dos tratamentos disponíveis para a disfunção erétil, é fundamental sensibilizar a população, fornecer a informação necessária e encorajar os doentes a procurarem aconselhamento médico especializado e facilitar o acesso ao mesmo, uma vez que uma vida sexual saudável e satisfatória representa qualidade de vida e vida saudável.
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