Se queremos maximizar os benefícios da água, temos sempre de adicionar alguma coisa. Sal dos Himalaias é a tendência mais recente. Mas será que faz bem? Fomos saber.
O copo de água morna com sal dos Himalaias está nos quatro cantos da internet e até, consta, na mesa de cabeceira da supermodelo Elle Macpherson. A lógica – porque há sempre uma lógica nestas tendências, ainda que por vezes distorcida – é que ao bebermos um copo de água com sal dos Himalaias de estômago vazio, vai ocorrer uma maior absorção dos minerais presentes neste sal: quantidades muito pequenas e variáveis de cálcio, potássio, magnésio, ferro, zinco entre outros. Tudo muito bom, não fosse o seu principal componente, numa percentagem entre os 96 e os 99%, o cloreto de sódio – o grande amigo das doenças cardiovasculares.
Rita Azevedo começa por explicar de onde vem a tendência: “Esta prática é comum na medicina ayurvédica (medicina alternativa indiana) com intuito de melhoria de hidratação, equilíbrio eletrolítico e de pH corporal, entre outros, contudo sem apoio de evidências científicas.”
Bom, mas há muitas coisas sem evidências científicas que não fazem mal à saúde, e se é bom para a Elle Macpherson, pensamos nós, já a tentar desatarraxar o frasco de sais cor de rosa. Mas a nutricionista volta à carga: “O consumo de sal, que contém sódio, pode levar ao aumento da retenção de líquidos e da pressão arterial, aumentando assim o risco de doenças cardiovasculares, AVC e ataques cardíacos.” Hmm, retenção de líquidos? Sim, a médica garante mesmo que sim. Não só isso, mas também causa desequilíbrio de doenças renais e contribui para a osteoporose.
Artigo redigido pela Madalena Haderer in MÁXIMA (25/04/2024)
