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Tratamento da disfunção erétil: é possível!

publicado em 25 Nov. 2021

A ereção peniana é um fenómeno complexo que envolve a interação de várias estruturas vasculares, neurológicas e de músculo liso.

 

A disfunção erétil (DE) define-se como a incapacidade persistente de obter e manter uma ereção com rigidez suficiente para um relacionamento sexual satisfatório. Para além do impacto na saúde física e mental do doente, afeta globalmente o casal. Há igualmente um grau de evidência crescente que a DE pode ser um marcador precoce de doença coronária e vascular periférica.

 

A incidência da DE aumenta progressivamente com a idade, mas cerca de 1 em cada 4 homens que procuram cuidados médicos tem idade inferior a 40 anos. Os principais fatores de risco para o aparecimento de DE são: a idade, o sedentarismo, a hipertensão arterial, a obesidade, a diabetes, o tabagismo, as dislipidemias, o alcoolismo e a utilização de drogas.

 

Quanto à origem da disfunção erétil, podemos dividir as suas causas em: vasculares, neurológicas, anatómicas, hormonais, farmacológicas e psicogénicas.

 

Após a elaboração da história clínica e da realização do exame físico na consulta, define-se uma estratégia diagnóstica que ajude na instituição da melhor abordagem terapêutica.

 

A primeira fase do tratamento da DE implica a alteração dos fatores de risco (tratamento de doenças preexistentes, evicção tabágica e alcoólica, aumento da atividade física). Posteriormente, e consoante a principal causa para a DE, o tratamento será focalizado.

 

Atualmente, como primeira linha terapêutica são usados fármacos orais, os dispositivos de vácuo e as ondas de choque de baixa intensidade. As duas primeiras opções melhoram a função erétil, mas obrigam a recorrer a elas sempre que pretender ter relações sexuais.

 

O tratamento da DE com ondas de choque de baixa intensidade configura uma nova abordagem. Ao trazer benefício na melhoria da rede vascular no interior do pénis, leva a um aumento da qualidade das ereções, independentemente da utilização de estratégias adicionais.

 

As ondas de choque de baixa intensidade são, de momento, o único tratamento disponível que permite a regeneração da função sexual e a reabilitação da disfunção sexual.

 

Apesar da designação, as ondas de choque são ondas mecânicas (e não elétricas). Os tratamentos consistem em sessões semanais de aproximadamente 20 minutos, no decurso das quais são aplicados cerca de 5000 choques distribuídos ao longo de todo o pénis. Não há qualquer necessidade de analgesia durante e após os tratamentos, não estando também descritos efeitos adversos dos tratamentos. Os doentes normalmente apenas referem a sensação de formigueiro / vibração no pénis durante os tratamentos.

 

Os resultados dos tratamentos com ondas de choque demonstram uma melhoria do fluxo sanguíneo peniano, com a consequente melhoria da disfunção erétil. Configuram uma excelente opção terapêutica a doentes com DE de causa eminentemente vascular que pretendem um tratamento definitivo da doença.