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O que é a amigdalite? Sintomas, causas e tratamento

publicado em 03 Set. 2020

A amigdalite é um processo inflamatório das amígdalas palatinas geralmente de origem infeciosa.

 

As amígdalas palatinas são duas proeminências de tecido linfóide localizadas em ambos os lados da garganta. A sua função consiste na defesa do organismo, nomeadamente na produção de anticorpos. Esta ação de defesa é muito importante durante a infância.

 

Os sintomas mais comuns da amigdalite são: dor de garganta, dificuldade na deglutição, mau hálito, febre e arrepios. A dor também se pode sentir nos ouvidos devido aos nervos que são partilhados com a garganta. Os gânglios do pescoço podem aparecer inflamados e sensíveis. Nas crianças mais pequenas pode não haver queixas ao nível da garganta e os sintomas serem apenas perda de apetite, febre ligeira e diminuição da atividade normal.

 

Habitualmente, a garganta encontra-se ruborizada (vermelha), podendo as amígdalas apresentar pontos brancos (pus). Quando se tem uma amigdalite bacteriana o quadro é habitualmente muito exuberante, apresentando-se com:

 

  • Febre alta;
  • Aumento do tamanho das amígdalas;
  • Exsudados (placas esbranquiçadas) na superfície das amígdalas.

 

A amigdalite pode ter origem vírica (sendo a mais frequente em cerca de 60 a 70 % dos casos) ou bacteriana. Por isso, nem todas as infeções devem ser tratadas com antibióticos! Ao fazê-lo, está a contribuir para o desenvolvimento de resistências a certos antibióticos, tornando o combate a estas infeções mais difícil.

 

O tratamento é feito com a administração de analgésicos e anti-inflamatórios, cuja função é o alívio dos sintomas. No caso da amigdalite de origem bacteriana, o médico poderá prescrever um antibiótico.

 

A remoção das amígdalas (amigdalectomia) é recomendada em situações específicas, como, por exemplo, nos casos de amigdalites de repetição ou crónicas.

 

As crianças, especialmente aquelas com mais de dois anos, têm maior predisposição para o desenvolvimento de amigdalites. A frequência de infantários aumenta este risco de contágio. O inverno e as más condições de higiene também favorecem a disseminação desta infeção.

 

Por vezes, as amigdalites decorrem de uma resposta imunitária diminuída do doente ou ainda da aglomeração de resíduos alimentares e secreções nas criptas amigdalinas (pequenas cavidades existentes nas amígdalas), conduzindo a uma amígdala cronicamente infetada (amigdalite crónica).

 

As complicações associadas às amigdalites são relativamente raras, mas apresentam um risco elevado.

 

A infeção pode disseminar-se profundamente aos tecidos circundantes da amígdala, provocando um abcesso periamigdalino. Os sintomas mais frequentes do abcesso periamigdalino são a dor intensa e a dificuldade em abrir a boca. Esta complicação necessita de tratamento urgente através de drenagem cirúrgica e administração de antibióticos específicos. As complicações cardíacas, renais e articulares das amigdalites podem ser muito graves, mas hoje em dia menos comuns, devido à melhoria dos cuidados de saúde.