A hérnia do Desportista é uma “hérnia” não detetável ao exame físico, no entanto existe uma fraqueza na parede posterior do canal inguinal.
Esta “hérnia” foi inicialmente descrita em 1980 e bem documentada nos anos 90 por Gilmore.
Não é mais do que uma dor crónica na região inguinal no atleta que atinge 58% dos futebolistas profissionais.
A dor caracteriza-se por uma dor na região inguinal, que surge durante o desporto com limitação funcional e que obriga nos casos mais severos a parar de imediato o exercício que se estava a desempenhar, é bilateral em cerca de 15% dos casos e apresenta irradiação para os adutores da coxa em cerca de metade dos casos, aumenta de intensidade com o esforço de pontapear e agrava-se progressivamente durante os jogos.
Na observação dos atletas com esta dor limitante em muitos casos não existem sinais clínicos apesar dos sintomas, por vezes encontra-se uma contratura muscular na região inguinal, uma dilatação do anel inguinal superficial e um pequeno impulso à tosse.
Os atletas com esta dor limitante devem ser observados por uma equipa multidisciplinar e devem ser excluídos os diagnósticos diferenciais como lesão tendinosa dos adutores, osteíte do púbis, fratura de “stress”, alterações osteoarticulares e outras menos frequentes.
A exclusão dos diagnósticos diferenciais é obrigatória, sendo necessário lançar mão da Ecografia de Partes Moles com sonda de alta resolução e Ressonância Magnética.
Se o atleta tem dor inguinal crónica recorrente, sem hérnia clinicamente palpável, com os diagnósticos diferenciais excluídos, diz-se que tem uma hérnia inguinal do desportista, que se trata de uma lesão musculotendinosa da região inguinal e que pode ser tratada pela reposição cirúrgica da anatomia normal da região inguinal.
O tratamento da hérnia do desportista assenta essencialmente numa reconstrução plástica da parede posterior do canal inguinal sem usar próteses, numa calibração do anel inguinal profundo, na excisão do músculo cremaster do cordão espermático e na secção do ramo genital do nervo genito-crural.
Os trabalhos de revisão desta técnica mais recentemente publicados apresentaram nos piores casos uma resolução dos sintomas com regresso à competição sem restrições em 62,5% dos casos e nos melhores casos em 95%.
No Hospital Privado de Braga e Hospital Privado de Braga Centro dispomos de uma equipa médica de Cirurgia Geral especializada nesta patologia. Marque já a sua consulta e não adie mais o tratamento.