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A Tomografia de Coerência Ótica – Sabe o que é?

publicado em 04 Mai. 2017

O prémio Champalimaud Visão de 2012, foi atribuído a um grupo de seis cientistas liderados por James Fujimoto (MIT, Massachusetts Institute of Technology) e Carmen Puliafito (oftalmologista), pela contribuição no desenvolvimento e aplicação na prática clínica, de um exame que consideramos ser, na oftalmologia, um dos maiores avanços da última década. Trata-se da Tomografia do Coerência Ótica.

 

Basicamente, e sem entrar em detalhes técnicos, este exame é capaz de mostrar ao vivo e em tempo real, de uma maneira inócua, sem ser necessário dilatar a pupila, a retina e outras estruturas oculares, como se estivessem a ser observadas ao microscópio. Como referiu Fujimoto: uma verdadeira biópsia ótica. Com uma precisão de poucos micra (um micrómetro é 1/1000 de milímetro) e por interferometria de baixa coerência, são obtidos tomogramas (B-scans), que em conjunto permitem uma visualização detalhada e tridimensional da estrutura celular dos tecidos.

 

Parece, mas não é ficção. A Tomografia do Coerência Ótica é um exame muito recente, mas que já se tornou imprescindível na consulta de oftalmologia nos dias de hoje. Permite-nos avaliar se há normalidade estrutural, alguma desorganização ou patologia, algum elemento anormal, se um tratamento instituído está a fazer o efeito pretendido ou se são necessários novos tratamentos. É de tal modo importante que já permitiu caracterizar novas patologias e muitas terapêuticas, classificações antigas ou metodologias de tratamento, foram modificadas a partir do momento em que este exame foi incorporado na clínica.

 

Por exemplo, a desconhecida degenerescência macular da idade (DMI), mas que é a principal causa de cegueira depois dos 55 anos, a cada vez mais frequente retinopatia diabética (RD) e o consequente edema macular diabético (EMD), principal causa de problemas visuais em idades entre os 20 e os 60 anos, patologias de causa vascular ou o temível glaucoma, são agora estudadas de uma maneira mais precisa. Na DMI e EMD podemos analisar com grande detalhe o seu estádio, morfologia, evolução, como e quando tratar ou com quê. No glaucoma podemos avaliar o estado do nervo ótico, qual o grau de perda de fibras nervosas e ter mesmo uma noção do número de células ganglionares da retina. A Tomografia do Coerência Ótica já nos permite ver a analisar a própria rede vascular capilar.

 

Sem exagerar, quase todas as patologias retinianas e do nervo ótico têm que ser avaliadas por Tomografia do Coerência Ótica, para se ter uma noção exata da situação clínica e do melhor tratamento a efetuar.

 

A Tomografia de Coerência Ótica é um exame que tem vindo a melhorar nas suas capacidades, precisão e detalhe, com desenvolvimento de aparelhos cada vez mais sofisticados mas igualmente mais acessíveis.

 

Os serviços de oftalmologia do Trofa Saúde Hospital, estão todos equipados com aparelhos de Tomografia do Coerência Ótica de última geração, como sempre acompanhando o extraordinário desenvolvimento da medicina e oftalmologia modernas. Estes exames permitem e de um modo extremamente fácil, uma grande precisão de diagnóstico e acompanhamento terapêutico, muito importante para os clientes e muito gratificante para os profissionais.