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Atonia Uterina: causas, riscos e tratamento

publicado em 28 Mai. 2022

Atonia Uterina é a incapacidade de contração do útero (miométrio) após o parto, ocorrendo, em consequência, uma hemorragia genital muito abundante. Esta hemorragia está associada a um compromisso hemodinâmico, situação que acontece frequentemente nas 48 horas pós-parto, sendo uma das principais causas de morte materna e uma das emergências obstétricas.

 

Após a dequitadura (saída da placenta), o útero normalmente contrai- se com o objetivo de promover a homeostasia (estabilização das suas funções) e evitar o sangramento excessivo.

 

Contudo, há vários fatores predisponentes e que alertam o obstetra para o risco elevado de a contração uterina não suceder, como nas situações de aumento excessivo do volume uterino, que acontece nas gravidezes gemelares, gravidezes com fetos macrossómicos (peso fetal elevado), com miomas uterinos, malformações uterinas como, por exemplo, útero bicórneo, partos prolongados e medicamentos usados durante a gravidez que dificultam a contractilidade uterina.

 

Riscos e complicações
hemorragia consequente à atonia uterina leva a uma grande perda de líquidos e sangue, o que pode provocar coagulação intravascular disseminada (alterações da coagulação), insuficiência renal, falência hepática, síndroma de distress respiratório, síndroma de Sheehan (necrose pituitária) e colocar em risco a fertilidade e a vida da mulher.

 

Tratamento
No tratamento desta patologia, a oxitocina é um dos medicamentos usados na profilaxia e terapêutica. Administra-se sempre, no pós-parto, para promover a contração do útero, e assim evitar a atonia.

 

Nas situações de Atonia Uterina com hemorragia considerável, para além da monitorização dos parâmetros vitais da doente, proceder-se-á à massagem uterina bimanual e administração de prostaglandinas. Se a situação hemorrágica persistir, poderá efetuar-se a inserção de balão hemostático intrauterino, laqueação das artérias hipogástricas ou até a histerectomia.

 

É, portanto, inquestionável que a Atonia Uterina continua a ser uma situação bastante grave e por vezes imprevisível no pós-parto, revelando- se um desafio para toda a equipa obstétrica.