Skip to main content

Massa cervical: o papel da Otorrinolaringologia

publicado em 15 Jul. 2019

As massas cervicais correspondem à presença de uma tumefação (vulgarmente designada por “inchaço”) na região do pescoço. São um sintoma causador de stress e ansiedade para o doente, motivando a procura de cuidados de saúde.

 

O pescoço é formado por diferentes estruturas anatómicas, nomeadamente: vasos sanguíneos, nervos, gânglios linfáticos, glândulas (por exemplo: glândulas salivares e tiroide), músculos, entre outras, sendo que qualquer uma delas poderá originar uma tumefação ou massa. Assim, existe um vasto leque de diagnósticos possíveis, pelo que, na avaliação clínica destes doentes é de extrema importância a história clínica e o exame físico, os quais irão orientar o médico para o diagnóstico mais provável e, posteriormente, direcionar a escolha dos exames complementares de diagnóstico mais apropriados. Na avaliação inicial destes doentes, um fator importante é a idade.

 

A maioria das tumefações cervicais na criança é de origem inflamatória ou congénita, ao contrário dos adultos (mais de 35 anos) em que existe uma maior percentagem de patologia tumoral. Os achados ao exame clínico (localização da massa, a sua consistência e mobilidade, tamanho e presença de dor à palpação) vão ser de grande importância na orientação diagnóstica. Por exemplo, a presença de uma massa na região central do pescoço, aponta para uma origem na tiroide, ou para a presença de um quisto do canal tireoglosso (malformação congénita, mais frequente em crianças e adultos jovens); se pelo contrário, tiver localização na parte lateral do pescoço, aponta para origem em gânglio linfático ou quisto branquial (malformação congénita).

 

Como foi previamente dito, qualquer estrutura anatómica do pescoço pode originar uma massa ou tumefação. A maioria tem origem no aumento dos gânglios linfáticos, sendo que a mesma poderá ter uma causa inflamatória (por exemplo: após uma faringite, amigdalite ou outra infeção da área de Otorrinolaringologia), tumoral, seja do sistema linfático (linfoma), seja uma metástase de um tumor da área da cabeça e pescoço (por exemplo: laringe, faringe, cavidade oral) ou causas infeciosas mais raras, nomeadamente a tuberculose. Os exames complementares serão sempre orientados pela clínica e exame físico, sendo de destacar a endoscopia em Otorrinolaringologia (fundamental para observação integral das fossas nasais, faringe e laringe), análises sanguíneas, a ecografia e, se necessário, o recurso à tomografia computorizada (TAC) e à ressonância magnética.

 

Por vezes, é imprescindível a realização de uma biópsia, isto é, a recolha de células da massa para análise, através de uma picada. Este procedimento, vai permitir obter um diagnóstico, e deve ser sempre realizado previamente a qualquer tentativa de cirurgia para remoção da massa. Deste modo, o médico Otorrinolaringologista assume um papel fundamental no diagnóstico e tratamento das massas cervicais.

 

Caso surja este sintoma, sobretudo, se é fumador ou consumidor habitual de bebidas alcoólicas, apresenta dor ou dificuldade em engolir persistente, apresenta febre ou perda de peso inexplicada por outro motivo ou a massa apresenta um crescimento rápido, deve ser observado por um Otorrinolaringologista.