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Causas de vómitos nas crianças: poderá ser uma infeção urinária?

publicado em 12 Fev. 2022

Os vómitos são um sintoma frequente em idade pediátrica e caraterizam-se geralmente por expulsão de conteúdo gástrico através da boca. Podem estar associados a doenças infeciosas (gastroenterites, infeções urinárias), tóxicos (medicamentos, alguns alimentos, detergentes) ou até causas de origem psicológica (perturbações de ansiedade ou do comportamento alimentar).

 

Perante a presença de vómitos, os pais podem tentar a hidratação oral em casa, sendo que para isso devem deixar a criança em pausa alimentar por um período de cerca de 45 minutos, isto é, sem lhe ser oferecido qualquer alimento líquido ou sólido. Se após este período a criança parar de vomitar, então pode oferecer-se uma colher de água ou de chá de 5 em 5 minutos e vigiar. Se a criança continuar a vomitar, então deve permanecer em pausa alimentar e ser conduzida a um serviço de saúde com atendimento pediátrico.

 

Nas crianças até aos 3 anos com vómitos, a hipótese de infeção urinária deve ser sempre considerada, pois pode ser o único sintoma da doença. Depois, a partir da idade pré-escolar (3 anos), a criança pode já manifestar outros sintomas típicos de infeção urinária, como dor abdominal, urinar muitas vezes e em pequenas quantidades, referir ardência na área genital e/ou apresentar uma urina de cheiro ou cor diferentes. Nestas situações, se surgir também febre alta, barriga inchada ou dor na região lombar (costas) ou flancos (nos dois lados do fundo da barriga), é urgente a observação médica da criança. Porém, é importante lembrar que tanto nos sintomas ligeiros como nos mais graves é recomendável que a criança seja observada em ambiente hospitalar, pois para além do exame médico é necessária uma colheita específica de urina para análise em laboratório (nunca trazer urina de casa).
Após o pedido da análise pelo médico e se os dados do laboratório confirmarem uma possível infeção urinária, a criança poderá então ser adequadamente tratada e orientada, evitando as possíveis complicações da doença, como o atingimento renal.

 

De uma forma geral, medidas de prevenção desta infeção, muitas vezes silenciosa na criança, consistem numa boa ingestão hídrica, na manutenção de um trânsito intestinal regular e numa correta higiene íntima diária (por exemplo: troca de fralda após cada micção; no caso de meninas, a limpeza suave da região genital da frente para trás – após cada micção da região vaginal para a região anal; o banho diário das crianças maiores).