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Palpitações: ansiedade ou doença? Como saber?

publicado em 22 Dez. 2017

Geralmente não sentimos o coração bater, nem nos apercebemos que temos uma bomba em funcionamento dentro do nosso peito que trabalha ininterruptamente. Sentir o coração bater é normal apenas após um exercício vigoroso, em situações de maior tensão ou depois de um grande susto, em que ele bate mais rápido e com mais força.

 

A palpitação é uma anormal consciência do batimento do coração quando estamos em repouso. Sentir os batimentos cardíacos em repouso ou num estado de espírito calmo, é assustador, a ponto de causar problemas de ansiedade e mesmo crises de pânico e é um dos principais sintomas que levam o doente ao cardiologista.

 

As palpitações podem aparecer de uma forma isolada (extrassístoles), de uma forma mais contínua (sensação de coração sempre acelerado) ou em surtos (segundos, minutos ou algumas horas) de sensação coração acelerado.

 

É muito difícil a caracterização das palpitações por parte das pessoas, até porque muitas vezes estão associados a outros sintomas como falta de ar, dor no peito, falta de visão, entre outros, que podem na realidade ser desencadeados pela ‘verdadeira arritmia cardíaca’, mas que também estão presentes nas palpitações devidas à ansiedade e crises de pânico. Por este motivo é que fazer o diagnóstico diferencial, apenas baseado na história clínica, entre aquelas que são benignas (devidas à ansiedade ou extrassístoles) das que poderão ser mais perigosas e com necessidade de vigilância, prevenção e tratamento (Taquicardias ventriculares, Supraventriculares, Fibrilhação ou Flutter auricular), se torna quase impossível.

 

Para fazer o diagnóstico definitivo destas situações o ideal seria realizar um eletrocardiograma durante ‘as crises de palpitações’, no entanto, dado o carácter tão fugaz e por vezes muito esporádico deste sintoma não se torna exequível na maior parte das vezes.

 

No Serviço de Cardiologia do Trofa Saúde Hospital na Trofa temos a possibilidade, através de variadas opções de exames de monitorização eletrocardiográfica ambulatória de curta, média e longa duração, conseguir registar um dos episódios do doente, conseguindo assim fazer o diagnóstico e posterior tratamento.

 

Para episódios frequentes (que aparecem quase todos os dias): Holter de 24-48h: regista todo os batimentos cardíacos mas apenas durante 1-2 dias (não se pode tomar banho).

 

Para episódios menos frequentes (1X/semana ou 15/15 dias): Holter de eventos (8-15 das): apenas regista curtos períodos (< 10 min) quando acionado pelo doente (pode-se tomar banho, retirando o aparelho). Holter de 8 dias: regista todos os batimentos cardíacos durante 8 dias (pode-se tomar banho, com o aparelho).

 

Para episódios raros (1 X/mês ou menos): Holter implantável (3 anos): um pequeno dispositivo (tamanho de uma pequena pen) é colocado debaixo da pele no centro do peito através de uma pequena incisão (1 cm), realizada no consultório, com anestesia geral. Este aparelho tem a possibilidade de se programar para registar todos os batimentos cardíacos anormais do doente e podem ser observados pelo médico, diariamente, através de uma aplicação pela intranet.

 

Estes dispositivos têm a mesma utilidade para o diagnóstico das síncopes (perdas súbitas de consciência) que podem muitas vezes ser devidas a bloqueios cardíacos e com necessidade de posterior implantação de pacemaker.