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Tiroide: Quando se torna um problema?

publicado em 24 Mai. 2022

Hipotiroidismo, o que é?

Ocorre quando a produção de hormonas tiroideias por parte da tiroide se torna insuficiente ou mesmo nula. As causas mais frequentes são: a remoção cirúrgica parcial ou total da tiroide; doenças inflamatórias ou imunológicas (tiroidites); o tratamento com iodo radioactivo e certos medicamentos usados por exemplo nas arritmias cardíacas. A falta de TSH é uma causa rara de hipotiroidismo e que surge em certas doenças cerebrais.

Qual é a prevalência do hipotiroidismo?

O hipotiroidismo sintomático afetará entre 2 a 3 % da população adulta, com predomínio no sexo feminino. O hipotiroidismo subclínico afeta sobretudo mulheres pós menopáusicas (+ 60 anos), estimando-se que uma em cada dez tenha o TSH elevado. A maioria não tem qualquer sintoma, mas pode ser o início de uma falência da tiroide, sendo fundamental o seguimento regular destas situações. O diagnóstico e tratamento são fáceis, desde que o médico conheça e pense na doença e aí reside o maior desafio. Existe uma taxa significativa de pessoas com hipotiroidismo subdiagnosticado (na ordem dos 15%).

 

Os sintomas são variáveis e pouco específicos dependendo do grau do hipotiroidismo e do seu tempo de evolução: cansaço, cabelo seco e quebradiço, pele pálida e rugosa, rouquidão, dificuldade em tolerar o frio, dores ou cãibras musculares, dificuldade de concentração ou memorização, depressão, sonolência, aumento de peso, irregularidades menstruais, diminuição da fertilidade, obstipação e, em situações extremas, falência cardíaca e mesmo coma. É uma situação que se instala muito lentamente, passando despercebida e é frequente o doente consultar vários médicos antes do diagnóstico correto. A confirmação do diagnóstico faz-se por análise da TSH e da tiroxina (T4) no sangue; habitualmente a TSH está aumentada e a T4 baixa. No hipotiroidismo subclínico as queixas estão ausentes, a TSH aumentada mas a T4 é normal. Frequentemente são detetados anticorpos contra componentes da tiroide.

Tratamento

Faz-se com comprimidos de tiroxina (T4), uma vez por dia em jejum, existindo várias doses que permitem um maior rigor no tratamento. Esta medicação é para toda a vida exceto nos casos de hipotiroidismo transitório. A dose varia de doente para doente e tem que ser periodicamente acertada de acordo com o exame clínico e os resultados das análises hormonais porque as necessidades podem variar ao longo da vida. Na gravidez, por exemplo, as doses têm, habitualmente, que ser aumentadas, obrigando a uma vigilância frequente. A prescrição de doses superiores ou inferiores às necessárias têm inconvenientes para a saúde. Este rigor justifica a intervenção do endocrinologista no estabelecimento do plano terapêutico e acompanhamento do doente.