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Entorse do joelho: como ocorre e como podemos tratar?

publicado em 19 Dez. 2021

O que entendemos por entorse?

Não é mais que uma lesão dos ligamentos que protegem uma articulação. Uma entorse aparece quando a força aplicada a uma articulação supera a resistência dos tecidos. Nunca devemos encarar uma entorse como uma lesão leve, mas sim deve ser devidamente diagnosticada e orientado o tratamento certo, de forma a evitar complicações futuras.

 

As entorses do joelho são uma lesão muito frequente nas lesões desportivas, mas também observamos estas lesões em quedas, rotações dos joelhos, atividade diária em que exageramos o tipo de movimento que nos leva a lesão ligamentar. Dentro destas lesões, talvez a entorse mais frequente seja a do ligamento lateral medial, que aparece quando realizamos um movimento exagerado de valgo (“meter o joelho para dentro ou o tornozelo externamente”).

 

Clinicamente, apresentam-se com dor medial seja a nível côndilo femoral, seja ao nível da interlinha articular. Quando acompanhado de derrame articular, devemos pensar em lesões associadas que aumentam a gravidade da lesão, como são as lesões do ligamento cruzado anterior ou menisco.
O exame, na fase aguda, possibilita um exame ligamentar mais efetivo. O doente tem uma dor mais intensa ao realizar o movimento de valgo (alongamento do ligamento medial), devendo ter em atenção a estabilidade articular. Se existe derrame articular, devemos fazer artrocentese (“extrair líquido do joelho”) e se apresenta sangue, a possibilidade de rotura do cruzado anterior é elevada.

 

O diagnóstico é essencialmente clínico, podendo usar outros meios diagnósticos complementares para pesquisar lesões associadas, como o RX do joelho (arrancamentos ósseos), ecografia (integridade ou não do ligamento) ou RMN, para aprofundar no diagnóstico intra-articulares (ligamento cruzado anterior, meniscos etc.).

 

Um diagnóstico preciso vai ser essencial para o tratamento, pelo que é necessário classificar estas lesões. Classificamos então, estas entorses em Grau I quando as lesões das fibras são mínimas; Grau II quando existe lesão parcial do ligamento e Grau III quando temos uma lesão total do ligamento.

 

Para os Grau I e II o tratamento preconizado é o tratamento conservador e para o Grau III podemos pensar em tratamento cirúrgico, se houver outras lesões intra-articulares ou atletas de competição, não podendo descartar um tratamento conservador desde que seja bem orientado, de forma a não evoluir para instabilidade crónica.

 

Na primeira fase, gelo, analgésico e repouso da articulação é essencial. Posteriormente, vamos orientar o tratamento segundo a gravidade, desde a fisioterapia, ortótese de estabilização ou, em alguns casos, tratamento cirúrgico.