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Covid-19 e patologia crónica: a visão do internista

publicado em 28 Jul. 2020

O “novo” coronavírus (SARS-Cov-2) veio alterar toda a nossa rotina. Este vírus é responsável pela doença respiratória e sistémica e afeta todo o organismo.

 

Normalmente dá sintomas ligeiros ou moderados (80%), mas pode ser grave (15%) e mesmo crítico (5%). Os principais sintomas são febre, tosse seca, dificuldade respiratória, dores musculares e cansaço. Pode ter outros sintomas, como a perda do olfato e do paladar, muito característica desta doença, náuseas, vómitos, diarreia e congestão nasal. A “banalidade” destes sintomas torna o diagnóstico difícil. Há testes de diagnóstico, mas que podem ter resultados falsos e inconclusivos.

 

A doença pode ter um longo período de incubação, isto é, entre o tempo de exposição ao vírus até aparecerem sintomas, podem passar até 14 dias. Isto dificulta o diagnóstico e facilita a propagação da doença. Sendo uma doença normalmente benigna, pode ter complicações graves como pneumonia com insuficiência respiratória, falência renal ou até septicemia com falência de outros órgãos. Por vezes complica-se através de arritmias, insuficiência cardíaca, enfartes ou AVC (Acidente Vascular Cerebral).

 

Há doentes com maior risco de doença grave. Doentes com asma e DPOC são dos mais vulneráveis, já que o vírus tem tropismo para o sistema respiratório, isto é, tem maior capacidade de se ligar às células do sistema respiratório e as infetar.

 

Obesidade, diabetes, doença cardiovascular, hipertensão arterial, doença hepática crónica, cancro, doença renal terminal, aumentam o risco de infeção grave, aumentam a gravidade da infeção e pioram o prognóstico. Os idosos, particularmente os que residem em lares, e os doentes com imunidade alterada por doença ou medicação estão também mais suscetíveis.

 

As medidas mais eficazes de “combate” a esta doença, que ainda não tem tratamento ou vacina, são medidas de proteção, como o uso de máscara, lavagem de mãos e afastamento social. Muitos estudos têm sido feitos, mas continuamos sem muitas certezas. Uma certeza é que o controlo adequado das doenças crónicas consegue minorar o risco de infeção e a gravidade da mesma quando ocorre.

 

A medicina interna é uma especialidade médica que tem como principal característica a visão global do doente, conseguindo acompanhar várias doenças. Numa altura em que as saídas de casa estão, e devem continuar a estar, limitadas, a importância desta visão global é ainda maior. Os doentes crónicos têm de manter consultas regulares, fazer os exames necessários, manter e ajustar a sua medicação. O papel do internista como “gestor” do doente é fundamental. Consegue numa só consulta avaliar diversas patologias e perceber quando a necessidade de uma observação por outra especialidade ultrapassa o risco de exposição.

 

No Trofa Saúde Amadora, num ambiente de confiança não covid-19, pode ser avaliado, em segurança, por um especialista de medicina interna, fazer todos os exames necessários e manter um seguimento regular.

 

Não descure a sua saúde, estamos cá por si.