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Incontinência urinária: como diagnosticar e tratar

publicado em 22 Dez. 2020

A incontinência urinária define-se pela perda involuntária de urina. É um problema comum e frequentemente constrangedor.

 

A incontinência urinária afeta cerca de 30% das mulheres entre 30-60 anos de idade, e 1,5-5% dos homens.

 

O grau de severidade varia desde perdas ligeiras e ocasionais, associadas a tosse ou espirro, até vontade imperiosa de urinar que impede a chegada a tempo ao WC. Existem vários tipos de incontinência urinária, nomeadamente:

 

  • Incontinência urinária de esforço: perda de urina por aumento da pressão na bexiga, como tossir, espirrar, rir, exercício físico ou levantar pesos. Resulta do enfraquecimento ou dano dos músculos pélvicos, ou do esfíncter urinário, geralmente como consequência de partos, cirurgias pélvicas, excesso de peso ou idade;
  • Incontinência urinária de urgência: vontade súbita e intensa de urinar, seguida de perda involuntária de urina. Aumento da frequência urinária, incluindo durante a noite. Pode ser temporária, quando se deve a um processo inflamatório, como uma infeção urinária, ou permanente, quando associada a uma bexiga hiperativa de causa neurológica ou diabetes;
  • Incontinência urinária mista: combinação de mais de um tipo de incontinência;
  • Incontinência urinária por regurgitação: perda de urina por extravaso da bexiga, normalmente associada a uma causa obstrutiva como hiperplasia benigna prostática, impedindo o correto esvaziamento da bexiga;
  • Incontinência urinária contínua: perdas contínuas de urina, geralmente associadas a fístulas genitourinárias em doentes com antecedentes « cirúrgicos ou malformações congénitas;
  • Incontinência urinária funcional: perda de urina por incapacidade de chegar ao WC, como por uma limitação de mobilidade;

 

O tratamento desta patologia depende do tipo de incontinência e deve ser adaptado caso a caso, no entanto, as opções terapêuticas incluem a adoção de um estilo de vida saudável, perda de peso, cessação tabágica, fisioterapia com reabilitação do pavimento pélvico. Em alguns casos, como na incontinência urinária de urgência, o tratamento com fármacos pode ser suficiente, quer por via oral, quer por via endovesical.

 

Noutros casos mais severos, o tratamento pode consistir numa abordagem cirúrgica para resolver a causa subjacente e/ou colocação de dispositivos protésicos como, por exemplo, fitas suburetrais ou esfíncteres urinários artificiais, que reposicionam ou comprimem a uretra, respetivamente, entre outros.

 

É aconselhável uma avaliação médica nos casos em que a incontinência urinária é frequente ou causa grande impacto na qualidade de vida, uma vez que a incontinência urinária pode significar uma doença subjacente mais grave, leva à restrição das atividades diárias e limita as interações sociais, aumenta o risco de queda em idosos ao correrem para o WC. Por outro lado, na maioria dos casos, a cura é possível com tratamentos minimamente invasivos.