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Cirurgia da tiroide – ontem, hoje e o amanhã tão perto

publicado em 25 Jul. 2018

A cirurgia da tiroide tem tido uma evolução muito rápida nos últimos anos, com progressiva melhoria nos resultados. Novas tecnologias têm surgido para facilitar o trabalho dos cirurgiões e com a intenção de diminuir as complicações para valores muito inferiores a 1%, continuando, no entanto, a ser a qualidade e experiência do cirurgião o fator essencial aos melhores resultados.

 

A primeira descrição de uma tiroidectomia foi feita em 952 d.C. pelo médico árabe Abulcasis, que registou a sua experiência com a remoção de um grande bócio sob sedação com ópio.

 

A cirurgia da tiroide manteve-se com uma altíssima mortalidade até meados do século XIX, onde a introdução, bem sucedida, da anestesia geral, o desenvolvimento de técnicas de controlo de hemorragia mais seguras, através de pinças e de fios cirúrgicos mais modernos, acompanhada pelo surgimento dos conceitos iniciais de antissepsia, proporcionaram maior ousadia para os cirurgiões da época, que conseguiram reduzir de forma significativa os riscos do procedimento.

 

O aperfeiçoamento técnico proporcionado por Kocher (nascido em 1841 em Berna, na Suíça), resultou numa melhora admirável na mortalidade da cirurgia da tiroide. Mais de 7000 operações de tiroide foram realizadas sob o seu comando, das quais 5314 conduzidas pessoalmente. A sua última apresentação perante a Sociedade Suíça de Cirurgia, semanas antes de morrer, mostrou as suas estatísticas com a admirável taxa de mortalidade operatória, para a época, de 0,5%. Os resultados de Kocher transformaram o seu serviço, em Berna, num centro de referência internacional em cirurgia naquela época.

 

O entendimento da anatomia, da fisiologia, da cirurgia e das doenças da tiroide sofreu enormes mudanças através da história. Os métodos de diagnóstico e de avaliação perioperatórios foram aperfeiçoados, da mesma maneira que os medicamentos usados nos tratamentos das alterações funcionais da glândula.

 

As cirurgias para ressecção da tiroide podem atualmente ser consideradas extremamente seguras e as inovações tecnológicas permitem uma quase total segurança nesta cirurgia, estando ainda em acelerado desenvolvimento.

 

Nos últimos anos estão disponíveis para os cirurgiões portugueses tecnologias avançadas de dissecção e de controlo de hemorragia. Neste momento temos tecnologia disponível que permite monitorizar a integridade de nervos essenciais à fonação.

 

Contudo, um cirurgião qualificado ainda é um elemento fundamental para obtenção de bons resultados. A compreensão sobre a evolução e o domínio das técnicas de tratamento cirúrgico das doenças da tiroide deve ser motivo de consideração por todos os que se dispõem a operar sobre essa glândula, para evitar novos equívocos como os cometidos pelos pioneiros nessa operação.

 

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