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O papel do psicólogo na reabilitação do doente pós-AVC

publicado em 06 Set. 2021

Não acontece só aos outros! Ninguém está preparado para encarar um Acidente Vascular Cerebral (AVC), embora seja cada vez mais frequente.

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o AVC consiste numa “disfunção neurológica aguda, de origem vascular, seguida da ocorrência súbita de sinais e sintomas relacionados com o comprometimento de áreas focais no cérebro”.

 

Como consequência, o indivíduo pode apresentar sequelas, mais ou menos numerosas, leves ou graves. Dependendo da área do cérebro lesionado, as alterações funcionais repercutem-se em diversas valências, podendo ocasionar limitações ao nível da movimentação, comunicação, deglutição, orientação, alterações sensoriais, comportamento, pensamento e emoção. Isto piora significativamente a saúde mental da vítima, pois existem dificuldades de adaptação à doença e diminuição da qualidade de vida.

 

O psicólogo assume um papel imprescindível para evitar o desencadear de perturbações psicológicas, principalmente no primeiro semestre da doença. Este período é o mais crítico, pois geralmente há desenvolvimento de sintomatologia ansiosa e depressiva, surgindo transformações na autoeficácia, autoconceito, autoestima e suporte social, que afetam o empenho na reabilitação.

 

É de extrema pertinência desmistificar algumas crenças falsas, como “com vontade e determinação, tudo se consegue”. Ora, se a vítima não progredir, significa que não se esforçou o suficiente nem revelou força de vontade. Este desejo de querer muito por vezes não é suficiente. É necessário ter consciência de que isto pode ser desmotivador e frustrante, diminuindo o grau de confiança.

 

Estabelecer uma orientação para o futuro, criar e reforçar expetativas de eficácia pessoal permitem aumentar níveis de emoções positivas, evidenciando- se mudanças favoráveis após o sucedido.

 

Cumulativamente, a estimulação cognitiva promove as capacidades neuro cognitivas, evitando o agravamento da situação, sendo aqui incluído o treino de memória, atenção, linguagem, pensamento, funções cognitivas superiores e cálculo.

 

Pesquisas e experiências clínicas revelam que o meio ambiente, a família e o trabalho realizado por técnicos especializados assumem destaque no processo de reabilitação da vítima e influenciam significativamente a recuperação. Uma família esclarecida, organizada e disposta a intervir em cooperação com o psicólogo e restante equipa apresenta resultados favoráveis, comparativamente com um doente sem apoio ou com apoio pontual de familiares.

 

O tratamento pode prolongar-se por um longo período de tempo e abranger inúmeras fases. Ao longo destas etapas, é possível que a vítima conheça e lide com vários profissionais. No entanto, o psicólogo, em toda esta corrente de eventos, representa infindavelmente um laço de continuidade.

 

Um Psicólogo pode ajudar! O Grupo Trofa Saúde está dotado de profissionais capazes de aplicar o tratamento mais adequado a cada caso clínico.