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Os tratamentos das doenças da tiroide

publicado em 07 Jun. 2019

As doenças da glândula tiroide são cada vez mais frequentes, sendo o cancro da tiroide uma das doenças malignas cuja incidência mais tem aumentado no mundo.

A ecografia é o primeiro exame na deteção de nódulos, sendo um exame com um baixo custo e elevada eficácia na informação que disponibiliza. Atualmente, este exame permite não só a deteção da existência de nódulos, como já deve definir aqueles que comportam um maior risco de malignidade.

A avaliação do doente e dos vários exames (ecografia, análises e outros) deve ser realizada por médicos dedicados a esta patologia de forma definir o grupo de doentes que justificam avaliação mais complexa ou tratamento. Este pode ser com medicamentos (quando o funcionamento desta glândula endócrina está comprometido) ou por intermédio de cirurgia. Os doentes candidatos a tratamento cirúrgico são aqueles portadores de doenças malignas (ou suspeitas), ou quando apresentam uma glândula muito aumentada em tamanho (o chamado bócio). Há ainda alguns doentes que tendo uma glândula que produz um excesso hormonal difícil de controlar só com medicação, obrigam à remoção pela cirurgia da tiroide. A decisão sobre qual o melhor tratamento é frequentemente difícil e obriga a ser feito por profissionais muito especializados.

Quando se decide que a cirurgia é o melhor tratamento, deve ser considerado, se a melhor opção é retirar a glândula toda (tiroidectomia total) ou apenas uma das metades (lobectomia – direita ou esquerda), e nunca menos do que isso. Portanto, a intervenção mínima quando se opera a tiroide, deverá ser retirar completamente um dos lados.

A tiroidectomia é uma operação extremamente delicada e, para que o risco de complicações seja minimizado, deve ser realizada por cirurgiões especialmente dedicados a estes problemas. A avaliação pré-operatória destes doentes deve ser exaustiva de forma a assegurar a inexistência de outros problemas, cujo tratamento ficaria prejudicado se não fossem detetados antes da tiroidectomia. Falo do hiperparatiroidismo primário, em que a doença de umas pequenas glândulas adjacentes à tiroide (glândulas paratiroides) condiciona perda de cálcio pelos ossos com consequente agravamento das varias condições já conhecidas que causam perda de massa óssea, sendo a osteoporose a mais conhecida. A tiroidectomia é um procedimento muito seguro, embora comporte riscos como qualquer intervenção cirúrgica. Destes, os mais conhecidos são as lesões do nervo laríngeo recorrente (que condiciona alteração de mobilidade de cordas vocais com consequente alteração do tom de voz) ou lesão das glândulas paratiroides (leva a uma baixa do cálcio em circulação no sangue com necessidade de suplementação de cálcio e vitamina D). Estes riscos diminuem de forma muito significativa quando a operação é realizada por cirurgiões com mais experiência e com especial dedicação a este problema. Há ainda novas tecnologias que ajudam na definição de um risco ainda menor, como um sistema que permite monitorizar a integridade dos referidos nervos durante a intervenção.

Os avanços na anestesia e no conhecimento cirúrgico, conjugado com a evolução tecnológica, permitem tornar a cirurgia da tiroide numa intervenção extremamente segura, quase sem dor, e com tempos de internamento hospitalar cada vez mais curtos, permitindo um rápido, tranquilo e seguro regresso ao conforto da casa de cada um.