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Prevenção das otites médias crónicas do adulto

publicado em 14 Jul. 2019

As otites médias crónicas do adulto resultam habitualmente de otites médias agudas de repetição ou otopatia serosa persistente da infância. Daí que o foco médico se deve centrar neste último grupo etário.

 

As otites de repetição, particularmente as supuradas (com saída de “pus” pelo ouvido), podem não cicatrizar completamente e deixar uma perfuração timpânica crónica (que não encerra ao fim de 3 meses).

 

A otopatia serosa crónica (que não cede para além dos 3, 6 ou 12 meses) pode originar um espessamento progressivo do “líquido” (transudado) no ouvido médio com tendência a desenvolver uma otite crónica adesiva que poderá evoluir para otite média crónica colesteatomatosa (“la peligrosa” dos espanhóis), sendo que esta tem um potencial elevado de complicações (de vizinhança anatómica ou intracraneanas).

 

Felizmente já lá vai a época em que assistia a uma lista de espera de cirurgias do ouvido para otites crónicas que rondava a dezena de anos.
Para além do aumento de profissionais capazes de avançar com os respetivos tratamentos em hospitais não terciários, também passou a ser possível os tratamentos precoces em crianças em idade pré-escolar.
Assim, tendo os Otorrinolaringologistas consciência de que as Otites Crónicas do Adulto não eram mais que consequências do não tratamento a tempo e horas das crianças, grande parte dos objetivos passaram pelo tratamento precoce da faixa etária pediátrica.

 

No aspeto preventivo a frequência da piscina não é recomendada pela maior parte dos Otorrinolaringologistas, particularmente nas crianças que sofrem de patologia nasal (rinites ou adenoidites) e otológica (otites de repetição ou otopatia serosa).

 

Algum espaço parece estar também reservado para as vacinas com ação nas bactérias mais frequentes nestas áreas da Otorrinolaringologia.
Quando há falência da orientação médica dos Pediatras ou Médicos de Medicina Geral e Familiar, surge o Otorrinolaringologista a avançar com tratamentos cirúrgicos minimamente invasivos mas a necessitarem de anestesia geral na criança.

 

As crianças com várias otites (apesar de tratamento adequado) ou aquelas que silenciosamente apresentam sinais de aparente hipoacusia (diminuição da audição) ligeira (tantas vezes assumida como distração, dada a ocupação exagerada nas novas tecnologias) necessitam de uma avaliação especializada.

 

Haverá casos de alarme exagerado, mas também existe um número considerável de crianças com presença de “líquido” (transudado) no ouvido médio a carecer de orientação cirúrgica atempada, embora não urgente.
Grande número de crianças que a nível mundial são tratadas com Miringotomia (incisão no tímpano) e aplicação de tubos de ventilação, com ou sem adenoidectomia, evitam mais tarde terem consequências graves, não só a nível da audição como de infeções repetidas na sua vida adulta.
E convém destacar que, se o tratamento cirúrgico das otites crónicas simples tem bons resultados, já a outra forma de otites crónicas mais perigosas (“colesteatomatosas”) têm prognóstico e resultados menos agradáveis.

 

Como conclusão, independentemente da aparente “agressividade” em algumas orientações, no tratamento das perturbações auditivas na criança, a responsabilidade na manutenção ou melhoria dos cuidados auditivos da criança passam, quer pelos pais, quer pelos técnicos de saúde, dando atenção a pequenos sinais como falar mais alto, aumentar o som da TV ou pedir para repetir, para além das evidentes otites de repetição.