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Suicídio: prevenção com a ajuda de um profissional de saúde

publicado em 20 Nov. 2020

De acordo com um relatório divulgado pela OMS, o suicídio é responsável por aproximadamente oitocentas mil mortes a cada ano, mais do que a malária, o cancro da mama, os homicídios ou a guerra, sendo uma das principais causas de morte no mundo em adolescentes e adultos até aos 29 anos de idade.

 

Em Portugal, apesar de o suicídio parecer ainda um assunto tabu, encontra-se nas dez principais causas de morte, sendo que anualmente se registam cerca de mil mortes por esta causa. As tentativas de suicídio são mais frequentes nas mulheres. Porém os homens revelam-se mais propensos a concretizá-lo, sobretudo porque, normalmente, recorrem a métodos mais eficazes e potencialmente mais letais.

 

A pandemia inerente ao novo coronavírus parece ter provocado e/ou agravado um conjunto de vulnerabilidades de ordem social, económica e psicológica, quer em termos atuais, quer nos tempos que se avizinham. Os períodos de crise parece conduzirem ao aumento da prevalência das perturbações mentais e do consumo de substâncias psicoativas, assim como dos comportamentos autolesivos e/ou violentos para com os outros. Conforme demonstrado em crises anteriores, poderá ser até de esperar um aumento de stress e sintomas depressivos e de comportamentos autodestrutivos, associados a períodos de maior isolamento social, e as sequelas financeiras da pandemia (por exemplo, perda do poder de compra, falências, endividamento).

 

A identificação precoce do risco e dos sinais de alerta pode ajudar a prevenir o suicídio e a ajudar alguém em sofrimento.

 

Os sinais de alerta são variáveis, mas habitualmente seguem um padrão. Eis alguns exemplos: mudanças de comportamento (por exemplo, deixar de praticar atividades que dão prazer ou de cuidar da aparência, aquisição de meios para acabar com a própria vida, despedir-se das pessoas, resolver assuntos pendentes…); mudanças de humor drásticas (tristeza, sensação de vazio, irritabilidade, sentimentos fortes de culpa ou vergonha); ameaças de suicídio (“Vou pôr um fim a isto”, “A minha vida não tem sentido”, “Estariam melhor se eu desaparecesse”, “Não aguento mais viver assim”, “Não vejo nenhuma saída”, “Ninguém me entende” ou “Quero morrer”); melhorias ou períodos de calma súbitos (a pessoa aceitou a decisão de cometer suicídio e pode simular uma melhoria para levar a cabo o plano); absentismo escolar ou laboral; aumento do consumo de bebidas alcoólicas, drogas e medicamentos; e existência de tentativas anteriores. A perda de um ente querido, ruturas ou divórcios; problemas económicos; a experiência de uma situação potencialmente traumática; o abuso de substâncias psicoativas; o acesso a armas; a existência de história familiar de relevo ao nível de perturbações do foro mental e de suicídios; uma doença terminal ou crónica ou ainda um quadro depressivo, bipolar ou de stress pós-traumático representam fatores de risco muito importantes, aos quais todos devemos estar atentos.

 

Sabemos, contudo, que infelizmente ainda se verifica algum estigma social na procura de apoio para intervenção nas perturbações mentais, pelo que importa sublinhar que um transtorno do foro mental ou psicológico pode atingir qualquer pessoa e que tal não é motivo de embaraço, vergonha ou culpa!

 

Esteja atento aos sinais de alerta e aos fatores de risco. Um profissional qualificado pode ajudar, pelo que aconselhamos uma consulta da especialidade de Psicologia Clínica e da Saúde. Nos hospitais Trofa Saúde existem equipas de Psicólogos com vasta experiência, dedicadas e sempre prontas a ajudar. Marque já a sua consulta. Lembre-se: sem saúde psicológica não há saúde. Um psicólogo pode ajudar!