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Tratamento da Surdez

publicado em 17 Jul. 2019

A diminuição da audição é designada de hipoacusia ou surdez. Dados da Organização Mundial de Saúde indicam 15% dos adultos com perda auditiva, o que tem motivado esforços na prevenção, diagnóstico e tratamento a nível mundial. Em idade pediátrica, a maioria dos casos é transitória ou de fácil resolução, mas é importante identificar os que necessitam de intervenção atempada para evitar consequências.

 

Existem várias formas de surdez: condução, sensorioneural ou mista. Quando existe um problema no ouvido externo ou médio, trata-se de uma surdez de condução e o som não é transmitido corretamente ao ouvido interno. Quando há um problema no ouvido interno ou na via nervosa, trata-se de uma surdez sensorioneural. A co-existência de anomalias nestas diferentes áreas define a surdez mista. A gravidade da perda auditiva classifica-se em ligeira, moderada, severa e profunda.

 

As causas de surdez são múltiplas e diferem significativamente consoante os grupos etários, gravidade e forma de apresentação.

 

Na população pediátrica é extremamente importante identificar atempadamente as crianças que apresentam alterações auditivas de caráter persistente e sobretudo sensorioneural. Na população adulta, as grandes causas são a exposição crónica ao ruído e a perda relacionada com a idade. Esta tem sido cada vez mais valorizada porque possivelmente está associada à demência e, o seu tratamento poderá beneficiar o prognóstico destes doentes.

 

Uma vez diagnosticada e identificada a causa subjacente, define-se o tratamento mais adequado.

 

Na surdez de condução a intervenção, visa restabelecer a chegada do som ao ouvido interno. Pode ser simples como a remoção de um rolhão de cerúmen ou o tratamento de uma otite aguda. O tratamento cirúrgico pode estar indicado em casos de otite efusiva crónica (sobretudo na idade pediátrica), otite média crónica, ou otosclerose. As técnicas cirúrgicas permitem desde a reconstituição do tímpano até à substituição da cadeia ossicular por pequenas próteses. Em caso de ser previsível pouco sucesso com as técnicas convencionais, existem à disposição implantes de ouvido médio (osteointegrados e ativos) que permitem otimizar resultados.
Na surdez sensorioneural o tratamento mais disponível é a amplificação através de próteses auditivas. À partida, estas são alvo de um grande estigma e são negadas pelos doentes. Mas a sua evolução tecnológica é tão grande que, se bem aconselhados e devidamente motivados, os doentes verificam uma melhoria marcada.

 

Em alguns casos, os implantes ativos de ouvido médio podem ser uma opção. Nas perdas profundas e em doentes que já não beneficiam do uso de próteses auditivas, é possível optar pelo implante coclear. Os implantes cocleares são uma forma cada vez mais usada de substituir totalmente o ouvido interno. A sua colocação tem ótimos resultados desde que em doentes devidamente selecionados e motivados.

 

A audição é um dos sentidos mais valorizados e a sua perda tem um impacto significativo na qualidade de vida. Graças aos avanços tecnológicos, é o único sentido totalmente substituível. Por isso, o investimento nesta área traduz-se em claros benefícios.

 

Fonte:
https://www.who.int/eportuguese/countries/prt/pt/