A doença de Parkinson é a causa mais frequente de parkinsonismo, uma síndrome caracterizada por lentidão de movimentos, rigidez, tremores e alteração da marcha.
Foi descrita pela primeira vez em 1817 por James Parkinson, que lhe deu o nome, mas só mais tarde, em 1919, se descobriu que a origem da doença é a degeneração dos neurónios produtores de dopamina no sistema nervoso central. Esta doença neurológica do movimento considera-se degenerativa, pelo que os sintomas podem agravar-se lentamente com o tempo e alterar outras funções cerebrais, como a aprendizagem e a memória.
Manifesta-se, habitualmente, entre a sexta e a sétima década da vida e os sintomas iniciais são, por norma, leves, como, por exemplo, tremores de uma mão ou perna, movimentos lentos e rígidos que provocam dificuldades em tarefas triviais, como vestir, entrar e sair do carro, ou mudar de posição na cama.
Também pode ser notada uma alteração da forma de caminhar com passos curtos e tendência a arrastar os pés, assim como desequilíbrios frequentes. Este conjunto de alterações entra dentro dos sintomas motores, que são facilmente detetados tanto pelos próprios doentes como pelos seus familiares.
No entanto, existem sintomas “não-motores” que acompanham a doença de Parkinson e passam, muitas vezes, despercebidos, podendo inclusivamente começar anos antes do diagnóstico. Entre eles encontra-se a perda de olfato, a apatia ou as alterações do sono que devem ser corretamente identificados e tratados para poder melhorar a qualidade de vida dos doentes. Para identificar e tratar adequadamente um doente com Parkinson não são normalmente necessários testes diagnósticos, sendo o exame clínico realizado por um médico experiente suficiente, porém podem ser utilizados exames de imagem cerebral para excluir outras patologias que simulam a doença, como a ressonância cerebral ou o DatScan.
Há diversos tratamentos disponíveis que melhoram os sintomas da doença de Parkinson e encontram-se em investigação fármacos que podem travar a progressão da doença, mas hoje em dia ainda não existe um tratamento curativo.
A primeira linha de tratamento são os medicamentos que aumentam a disponibilidade da dopamina cerebral, alguns deles podem ser utilizados até fases avançadas da doença. No entanto, também existem alternativas terapêuticas como as bombas de infusão ou a cirurgia de estimulação cerebral profunda reservadas para determinados casos de doença de Parkinson complicada ou avançada.
A atividade física é igualmente importante para melhorar os sintomas e a qualidade de vida dos doentes com Parkinson. Foi demonstrado cientificamente que exercícios como tai-chi, dança, natação e ioga melhoram os sintomas motores da doença.
A dieta também deve ser cuidada e equilibrada, com alto conteúdo em fibra e água para evitar a obstipação, muito frequente nestes doentes. Os grupos de suporte e associações têm um papel importante e complementar ao acompanhamento médico, especialmente neste tipo de doenças que precisam de um cuidado integral.