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A osteointegração como conceito na Implantologia

publicado em 11 Jun. 2021

O estudo e a descoberta da osteointegração até à aplicação de implantes intraósseos representa o que há de mais avançado relativamente a reabilitação de espaços edêntulos. “O termo osteointegração foi definido pelo professor Branemark como um contacto direto entre o osso vivo e a superfície do implante.”

 

Os implantes intraósseos são uma modalidade de tratamento utilizada na reabilitação de desdentados totais e parciais. Obter uma condição de fixação rígida entre implante e o osso ao longo do tempo é fundamental, tal condição é denominada osteointegração.

 

É importante compreender os fatores que podem pôr em risco o processo de osteointegração dos implantes. Entre os principais aspetos de risco que podem interferir no estabelecimento da osteointegração destacam-se: tabagismo, radioterapia, diabetes, doença periodontal não controlada, patologias ósseas, idade e densidade óssea deficiente.

 

  • De todos, aquele que apresenta o maior risco é o tabagismo. O tabaco tem um efeito vasoconstritor que compromete a cicatrização dos tecidos. A interrupção dos hábitos tabágicos no pré-operatório aconselha-se como forma de melhorar a adesão plaquetária e a viscosidade sanguínea. No entanto, o prognóstico ainda permanece inferior em comparação com não fumadores.
  • A radioterapia, um tratamento coadjuvante nas lesões neoplásicas, pode causar xerostomia, aumento da permeabilidade capilar e aumento da suscetibilidade às infeções, resultando num tecido hipovascularizado com baixa tolerância ao trauma cirúrgico.
  • A diabetes, quando controlada, não apresenta significativa interferência nas taxas de sucesso da osteointegração.
  • A doença periodontal pode comprometer o processo pela possível contaminação durante o ato cirúrgico, assim como através de uma contaminação mais tardia.
  • Patologias ósseas que comprometam a densidade e qualidade ósseas, assim como os bifosfonatos, podem comprometer o processo de osteointegração dos implantes e provocar complicações, como a osteonecrose.
  • A idade, como fator isolado, parece não comprometer o processo, mas, quando se associam doenças sistémicas e terapêuticas medicamentosas, estas devem ser consideradas para o sucesso do tratamento.
  • O tipo de osso está ligado à zona da maxila ou mandíbula a reabilitar (zonas mais ou menos densas e zonas mais ou menos vascularizadas), sendo a vascularização um fator crucial para a obtenção de uma boa osteointegração.

 

Na Implantologia, o sucesso do tratamento pode ser previsível quando realizado um planeamento adequado, considerando os fatores de risco, as condições sistémicas e locais, os aspetos psicoemocionais e socioeconómicos.

 

Depois de estabelecidas as preocupações principais do doente e analisadas as suas expectativas, a compreensão dos limites do caso, o custo-benefício financeiro/biológico e as possíveis complicações, o Médico Dentista e o doente podem adotar todas as medidas que minimizem os riscos inerentes ao processo cirúrgico e de osteointegração, contribuindo para o sucesso do tratamento.