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A sáude mental ao serviço do envelhecer ativo

publicado em 13 Fev. 2020

O aumento da longevidade constitui um desafio complexo, os problemas psicológicos e emocionais relacionados com a idade são uma realidade.

 

Se o envelhecer ativo é o esperado, o ficar menos capaz é um fardo. E, se ter um acidente cardiovascular cerebral ou um enfarte cardíaco do miocárdio é facilmente identificado e aceite como uma causa de dificuldade acrescida, as perturbações mentais (do humor, da ansiedade, da memória e do comportamento), apesar de muito incapacitantes para a vida diária, não são, na sua maioria, diagnosticadas e/ou tratadas.

 

A depressão nas pessoas mais velhas manifesta-se muitas vezes pela perda de sono, perda de apetite, desinteresse, fraqueza e dores várias inexplicáveis. Estas manifestações somáticas (físicas) acabam por funcionar como uma “máscara” para a depressão, sendo atribuídas a outras patologias, o que leva a procedimentos diagnósticos e terapêuticos adicionais e desnecessários.

 

A deteção e o diagnóstico das perturbações da ansiedade nas pessoas mais velhas são complicados, devido à existência de frequentes comorbilidades médicas. Além disso, muitas vezes os idosos tendem a expressar os sintomas de ansiedade como problemas médicos (exemplo, dor) ao invés de falar sobre o sofrimento psicológico. Entre as perturbações da ansiedade, a fobia específica é a mais frequente em pessoas idosas. Muitos idosos têm medo de cair (mesmo aqueles sem quedas prévias) e adotam comportamentos de evitamento excessivos com restrição das suas atividades, o que pode resultar em incapacidade a nível físico e social, acarretando perda de independência.

 

Durante muitos anos a perda de capacidades de memória e de capacidade para realizar tarefas mais ou menos complexas foi tida como fisiológica e decorrente de um processo de envelhecimento normal. Hoje, sabemos que, para alguns de nós, o declínio é superior ao esperado para a idade sendo indicador de um processo demencial (quer ele seja de etiologia vascular, de doença de Alzheimer ou de outros processos neurodegenerativos). E, se o tratamento para estas doenças ainda não existe, o diagnóstico e a intervenção precoce permitem, na maioria dos casos, uma evolução mais lenta, com manutenção das capacidades de autonomia para atividades de vida diária. Também o acompanhamento regular, com conhecimento das dificuldades do próprio e do cuidador, e uma informação atempada de estratégias evitam muitas situações de agitação, insónia e alterações do comportamento, situações estas que são a causa mais comum de institucionalização do doente e desgaste do cuidador.

 

No Trofa Saúde Hospital Central encontra o Hospital de Neurociências com uma equipa multidisciplinar psicogeriátrica, especializada no tratamento dos mais velhos. Psiquiatras, neurologistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e fisiatras trabalham em conjunto para o ajudar quando a doença mental o impede de viver. A equipa privilegia a intervenção médica individualizada e o conhecimento médico atualizado e dispõe de exames auxiliares de diagnóstico e de tratamento inovadores.