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Amamentação: por opção materna ou imposição social?

publicado em 08 Ago. 2021

A alimentação do recém-nascido com leite humano é a melhor forma de o alimentar. A OMS recomenda o aleitamento exclusivo até aos seis meses de idade e como alimento complementar durante dois ou mais anos de idade.

 

Quais as vantagens da amamentação?
O leite materno é o melhor e mais completo alimento que existe para o bebé, reforça o sistema imunitário e previne infeções, obesidade e diabetes. Está sempre disponível, à temperatura ideal e de fácil digestão.
A amamentação reduz o risco de depressão pós-natal e de hemorragia pós-parto e, a longo prazo, o risco de diabetes, osteoporose e cancros da mama, do útero e do ovário.

 

Reconhecer os problemas da amamentação…
A chegada de um novo membro modifica toda a dinâmica familiar: nasce um bebé, mas também nasce uma mãe e um pai. Os benefícios do aleitamento materno são determinantes para o crescimento do bebé, sendo a forma mais económica, instantânea e segura de o alimentar.
A procura de conhecimento especializado durante a gravidez pode ajudar numa amamentação com sucesso e a adotar estratégias que permitam contornar eventuais dificuldades.
O processo de amamentação é muitas vezes romantizado na preparação para o parto, e as futuras mães não são consciencializadas que podem enfrentar um período de difícil adaptação. Amamentar pode ser extenuante, demorado e repetitivo, dificultando a realização de outras tarefas, o que incute stress, prejudica a produção de leite e impede o estabelecimento de uma relação afetiva com o bebé.
São vários os problemas que podem levar ao abandono da amamentação e que devem ser reconhecidos atempadamente para evitar o insucesso. Entre os quais: desequilíbrios hormonais pós-parto, alterações de humor e instabilidade emocional (a depressão pós-parto e o baby blues), e lesões mamárias (gretas ou fissuras dos mamilos, candidíases, mastites ou abcessos). A avaliação, o aconselhamento e tratamento por profissionais de saúde especializados são fundamentais na resolução destes entraves.
A crença de que amamentar leva ao emagrecimento no período pós-natal fomenta esta prática, mas o gasto de calorias com a amamentação não conduz exclusivamente à perda do peso ganho na gravidez, sendo necessária uma dieta equilibrada, prática de exercício físico e hidratação adequada.
Muitas mães são alvo de “body shaming”, sendo apontados “defeitos” corporais (excesso de peso e deformações mamárias), que podem levar a comportamentos depressivos, à adoção de restrições alimentares prejudiciais ao bebé e à suspensão da amamentação.
Há também mães que não podem ou não querem amamentar e que se sentem culpabilizadas ou são marginalizadas pela pressão e dura crítica social imposta pelas redes sociais.
A escolha pela amamentação é uma opção que cabe única e exclusivamente à mãe. Na maioria das vezes a amamentação decorre sem intercorrências, mas quando não é assim, é necessário encontrar soluções para se perceber onde estão as dificuldades, corrigindo os problemas de modo a usufruir desta experiência. No entanto, se tal não for possível, e caso amamentar se torne um processo desconfortável, a mãe deverá procurar ajuda com os profissionais de saúde especializados na área.