Skip to main content

Ginecologia: a importância da histeroscopia de consultório

publicado em 17 Jul. 2017

O endométrio é a camada de células que reveste o interior do útero e que, numa mulher em idade reprodutiva, ciclicamente é descamada, originando o período menstrual. As células endometriais são sensíveis a hormonas, pelo que situações de desequilíbrio hormonal podem desencadear patologia endometrial. Constituem patologia endometrial os pólipos endometriais, a hiperplasia endometrial e o cancro do endométrio. Estes podem ser assintomáticos ou, mais habitualmente, manifestar-se por hemorragia uterina pós-menopausa ou, nas mulheres durante a vida reprodutiva, por hemorragia genital anormal, nomeadamente hemorragia fora dos períodos menstruais ou hemorragia intensa, aquando do período menstrual. São fatores de risco para patologia do endométrio a idade, menopausa tardia, hipertensão arterial, diabetes mellitus, excesso de peso e obesidade, ciclos menstruais irregulares, síndrome do ovário poliquístico e toma de tamoxifeno (fármaco usado no cancro da mama). Desta forma, a incidência de patologia endometrial, tem aumentado progressivamente.

 

A avaliação do endométrio era classicamente realizada através de biópsia ‘cega’, procedimento muitas vezes não conclusivo pois a presença de um resultado normal não permite excluir que não exista patologia em outro local do endométrio que não tenha sido biopsado; ou curetagem uterina, procedimento cirúrgico que consiste em remover o endométrio com um instrumento denominado cureta. Ao longo das últimas décadas, a avaliação do endométrio tem sido progressivamente realizada com recurso à histeroscopia.

 

A histeroscopia é um procedimento sem incisões, que consiste na introdução no interior do útero de um histeroscópio, ou seja, um instrumento com uma câmara na sua extremidade, acoplado a um sistema de luz, e que permite a passagem de um líquido (soro fisiológico) que distende a cavidade uterina, de forma a poder visualizar-se o seu interior. O histeroscópio transmite, então, a imagem do útero num ecrã. À medida que o histeroscópio é introduzido no útero permite a visualização direta do canal cervical (do colo do útero), da cavidade uterina e dos orifícios tubares. Para além de permitir o diagnóstico, o histeroscópio tem um canal de trabalho que permite ao médico passar pequenos instrumentos para o interior do útero e, dessa forma, realizar biopsias endometriais dirigidas, remoção de pólipos ou pequenos miomas submucosos, lise de aderências uterinas ou remoção de dispositivos intra-uterinos retidos.

 

A histeroscopia realizada em ambiente de consulta é atualmente o método gold-standard para avaliação da cavidade uterina. O uso de histeroscópios de menores diâmetros tem contribuído para a sua ampla difusão. De facto, em quase todos os casos e? possível realizar a histeroscopia em consultório, sem necessidade de anestesia e com a mulher a poder acompanhar o procedimento num ecrã, com diagnóstico imediato e realização de pequenos procedimentos cirúrgicos. A histeroscopia de consultório é um procedimento seguro, que pode originar um ligeiro desconforto, de intensidade variável, que habitualmente se assemelha ao de uma dor/cólica menstrual, e que permite à mulher regressar de imediato às suas atividades habituais. É, também, de referir que a histeroscopia de consultório ao permitir a avaliação da cavidade uterina, pode ser usada para o estudo do casal infértil, situações de aborto recorrente, diagnóstico de malformações uterinas, e diagnóstico da posição de miomas uterinos e sua distorção da cavidade uterina, a fim de melhor se planear um procedimento cirúrgico posterior.

 

O Trofa Saúde Hospital em Braga Centro está dotado de profissionais competentes e dos equipamentos necessários à realização de histeroscopia de consultório, que lhe permitirá diagnosticar e tratar, com imediato regresso às atividades de vida diária, alterações da cavidade uterina e patologia do endométrio.