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Varizes: dos sintomas ao tratamento

publicado em 18 Jan. 2019

A doença venosa crónica (varizes) é muito frequente, afetando cerca de 30% da população portuguesa, com um predomínio em mulheres.

 

Apresenta um importante impacto na qualidade de vida do doente, com repercussões a nível pessoal, social e profissional.

 

Os sintomas mais frequentes são o desconforto, a dor e o edema (“inchaço”) dos membros inferiores, que agrava ao longo do dia e com a exposição ao calor, aliviando com a elevação dos membros inferiores. Associado a estes sintomas é frequente o doente apresentar telangiectasias (“derrames/aranhas vasculares”) e varizes. Em estádios mais avançados podem surgir áreas de pele mais escurecida e endurecida ao nível do tornozelo, podendo levar ao desenvolvimento de úlceras varicosas.

 

As varizes facilitam a formação de trombos, pelo que podem complicar com tromboflebite (trombose venosa superficial e/ou profunda). Há ainda o risco do trombo se fragmentar e migrar até ao pulmão, complicando com uma embolia pulmonar. Estas situações são graves e necessitam de ser rapidamente tratadas, pelos riscos associados.

 

Para um melhor controlo da doença e um bom resultado clínico e estético, é fundamental uma avaliação e orientação atempada por um Cirurgião Vascular.

 

O tratamento da doença venosa crónica envolve diversas vertentes: mudança de estilo de vida, controlo de peso, medicamentos flebotónicos, terapia compressiva, escleroterapia e cirurgia.

 

As opções de tratamento mais invasivo são diversas, com destaque para 3 modalidades principais:
Escleroterapia: consiste na injeção de um produto específico em pequenas veias, que as vai “secar”. Existem diferentes técnicas de realização de esclerose, conforme o tipo de veias a tratar. Idealmente deve ser utilizada em “derrames” e varizes de pequeno calibre.
Cirurgia convencional (laqueação e exérese da veia safena): é a técnica mais frequentemente utilizada, com ótimos resultados. Atualmente é realizada com pequenas incisões na pele e com escassos hematomas no pós-operatório, permitindo uma rápida recuperação. É muito eficaz no alívio dos sintomas e permite ótimos resultados estéticos. Estes resultados mantêm-se a longo prazo.
Técnicas endovasculares (L.A.S.E.R., radiofrequência, vapor, cola biológica): são técnicas mais recentes e inovadoras que permitem uma recuperação mais rápida no pós-operatório e associam-se a excelentes resultados estéticos. No entanto, existem alguns requisitos anatómicos para a sua realização.

 

A longo prazo têm demonstrado resultados clínicos sobreponíveis à cirurgia convencional.

 

As opções terapêuticas devem ser avaliadas em conjunto com o Cirurgião Vascular, que vai individualizar o tratamento a cada caso, tendo sempre em conta a situação clínica e as expectativas do doente. Frequentemente, o tratamento ideal passa por uma conjugação de diferentes métodos de tratamento.