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Sangramento nasal – Epistáxis

publicado em 10 Mar. 2021

Por epistáxis entende-se uma hemorragia com origem na cavidade nasal ou na nasofaringe. Cerca de 60% da população sofre destas hemorragias, mas somente cerca de 6% necessitará de cuidados médicos. A prevalência é maior nas crianças e nos idosos de ambos os sexos. Cerca de 3 em 4 crianças têm pelo menos um episódio ao longo da vida.

 

As epistáxis podem ter origem na região anterior ou posterior do nariz, sendo que as posteriores são responsáveis por 5-10% dos casos e são mais frequentes nos idosos, enquanto as anteriores surgem, habitualmente, na porção anterior do septo nasal, na região do plexo vascular de Kiesselbach, e são menos perigosas, sendo espontâneas/idiopáticas.

 

As epistáxis podem também ter como causa as alterações da coagulação, como na doença hepática ou renal crónica, traumatismos da face, pós-operatórios, malformações vasculares ou tumores do nariz e nasofaringe. As mais graves e recorrentes têm proveniência nos ramos das artérias esfenopalatina e etmoidal anterior.

 

Na abordagem do doente deverá ser determinada a gravidade e definir o plano de tratamento. Como medida inicial, pode ser efetuada uma compressão bidigital do 1/3 inferior do nariz por cerca de 5 minutos, mantendo uma ligeira flexão da cabeça. Pode colocar-se uma mecha de algodão com vasoconstritor, sendo importante a remoção de coágulos, pois estes são promotores da persistência de hemorragia devido à fibrinólise.

 

É fundamental que na história clínica conste a duração e frequência das hemorragias, os antecedentes pessoais e familiares, o uso de medicação anticoagulante ou antiagregante, o uso de drogas e medicações intranasais.

 

O exame otorrinolaringológico permite uma observação direta das cavidades nasais, com pesquisa do local da hemorragia. Quando localizada, pode ser efetuada a cauterização química com Nitrato de Prata ou a eletrocauterização. Poderá também ser necessário o uso de medicação antifibrinolítica e tamponamentos nasais anteriores ou posteriores com materiais reabsorvíveis ou não, conforme o caso.

 

Em casos graves e recorrentes, procede-se ao tratamento cirúrgico com laqueação das artérias envolvidas, sendo nalguns casos necessário realizar a arteriografia com embolização endovascular das artérias responsáveis.

 

A equipa de Otorrinolaringologia do Trofa Saúde Hospital da Trofa acompanha as mais recentes evoluções científicas e técnicas, proporcionando a todos os seus doentes os melhores cuidados disponíveis.